China e EUA trabalham cooperação apesar das divergências

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry inicia nesta quinta-feira (13) uma visita oficial à Ásia, visitando a China, a Coreia do Sul, a Indonésia e os Emirados Árabes Unidos. De acordo com a Rádio Internacional da China, Kerry deve visitar Pequim entre sexta (14) e sábado (15), no âmbito da aproximação cautelosa já anunciada pelos dois países.

China e EUA - Xinhua

Em Pequim, o secretário de Estado dos EUA vai se reunir com membros do governo chinês. A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, explicou que o secretário vai discutir formas de aprofundar a cooperação sino-americana.

Ambas as partes mantêm uma cooperação estreita e um diálogo genuíno, embora persistam divergências nas questões nucleares do Irã e da República Democrática Popular da Coreia.

A China vem tomando posturas cada vez mais firmes de defesa da diplomacia e do respeito à soberania dos países contra as ingerências externas, mas também procura participar mais ativamente dos mecanismos diplomáticos e da promoção dos diálogos entre partes em conflito.

Exemplos são o papel do governo chinês na promoção e na defesa das negociações entre os envolvidos na crise da Síria, da reaproximação entre a RPDC e a Coreia do Sul e a defesa do direito iraniano de desenvolver um programa nuclear pacífico, ao mesmo tempo em que se dedica às conversações com os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e com a Alemanha (o Grupo 5+1).

Todas são questões em que a postura chinesa distoa completamente das declarações agressivas e da posição militarista dos EUA.

No caso da Síria, o apoio direto aos grupos armados que lutam contra o governo e a defesa clara da deposição do governo; no do Irã, a aplicação de sanções motivadas por questões políticas; no caso da RPDC, as acusações contra um regime que classifica de belicoso, enquanto realiza exercícios militares com a vizinha do sul, com ensaios de guerra e mais sanções contra o país.

Ainda assim, o governo chinês tem se afastado das previsões feitas por acadêmicos liberais do Ocidente sobre uma emergência semi-imperialista e neocolonizadora, distoando-se da geopolítica estadunidense. No âmbito regional, a afirmação política e os entrelaçamentos com os vizinhos não significa uma dominação frente ao avanço dos EUA, garantem as autoridades chinesas.

No sentido desta projeção diplomática e soberana da China, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que, quando os líderes dos dois países se encontraram na Califórnia, no ano passado, decidiram estabelecer uma nova relação de parceria, o que o governo chinês vem reafirmando frequentemente, ressaltando, entretanto o respeito mútuo como base fundamental.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências