Gilberto Carvalho admite problemas na reforma agrária

Ao concordar com as críticas de que o governo não conseguiu, nos últimos anos, avançar na reforma agrária, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse que os movimentos sociais que lutam pelo acesso à terra reconhecem que programas federais têm sido “essenciais para um salto de qualidade” do setor.

“O papel dos movimentos não é dizer 'amém' para o governo, é cobrar cada vez mais. Eles têm toda razão, tivemos muitos problemas [sobre a reforma agrária]. Mas se não fosse a política do governo federal, nada disso aqui estaria acontecendo do ponto de vista do financiamento que eles tiveram e têm”, disse o ministro, acrescentando que os bancos públicos têm financiado não apenas o grande negócio, mas também a pequena agricultura.

Gilberto Carvalho ouviu as reivindicações, durante o 6º Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de representantes de movimentos agrários. Para Jaime Amorim, da coordenação nacional do MST, a prioridade dos governos Lula e Dilma não tem sido a agricultora camponesa e nem a reforma agrária.

Ao citar os estímulos do governo ao setor, o ministro disse que o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) vai “entrar para história do país” como um “programa de estímulo de cooperativização dos pequenos agricultores e os assentados”.

O PAA favorece o comércio de alimentos diretamente de agricultores familiares. Jaime acredita que o programa é um avanço importante, mas cobra a aplicação de mais recursos em ações como essa. Segundo Carvalho, é importante ouvir e entender os movimentos. “Por isso que eles vêm sempre aqui, a gente vai lá, a gente briga bastante, tensiona, faz parte dessa autonomia e independência dos movimentos”, disse.

Fonte: Agência Brasil