Em ato, Dilma critica ‘cara de pau’ e ‘pessimismo’ da oposição

Durante ato político comemorativo do 34º aniversário do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado nesta segunda-feira (10) em São Paulo, a presidenta Dilma Rousseff criticou severamente a oposição e fez um amplo balanço do seu governo.

A presidente Dilma Rousseff ao lado de Alexandre Padilha durante comemoração do aniversário de 34 anos do PT no Anhembi, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (10). Foto: Nelson Almeida/AFP

Dilma criticou a tese de que o seu modelo de governo está esgotado: “É mais do que uma mentira, é uma agressão ao bom senso e à autoestima dos brasileiros”. Animada com a reação entusiasmada da plateia, Dilma afirmou que as críticas da oposição são reveladoras de “cara de pau” e “pessimismo”.

Dilma destacou que seu compromisso é "oferecer sempre mais ao povo" e rebateu as críticas feitas pela oposição, de que ela poderia ter feito muito mais durante os últimos três anos do seu mandato. “Enfrentamos todas as crises até agora. Os pessimistas dizem que esse governo poderia ter feito mais, mas digo, com realismo e humildade, que um governo que quer o bem do povo sempre está em seu começo. Sempre deixo claro que é preciso fazer mais. Nos governos sérios como os nossos, cada conquista assegurada, cada obra realizada, cada serviço público melhorado sempre é só o começo. Ninguém cobra mais de mim mesma do que eu. Ninguém questiona mais o governo do que eu própria. Seguimos em frente e à frente. Meu governo possui um compromisso de oferecer sempre mais. Este governo é baseado num partido e numa aliança que tem compromisso com seu povo e país.”

Antes de Dilma, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, fez duras críticas à oposição, fazendo alusões, sem citar os nomes, aos dois principais pré-candidatos oposicionistas – o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB). Ele também criticou o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal. Em nenhum momento, Falcão citou diretamente os nomes deles. Ele disse acreditar na reeleição da presidenta Dilma Rousseff, frisando que a eleição deste ano será muito dura.

"Sabemos que a população quer mudanças, mas quer mudanças com Dilma, porque entende que ela sabe fazer o que o povo quer. Mudar o Brasil não é pelas mãos de quem só diz, mas de quem sabe fazer", afirmou, ressaltando que "os adversários não poderão ser subestimados". "Nossos adversários estão amparados por certa mídia ligada aos partidos de oposição, que faz uma campanha de incerteza, pessimismo, com verdadeiras ações de terrorismo psicológico, esperando assim nos bater nas urnas, porém, como nas outras vezes, o eleitorado não se deixará seduzir", afirmou.

Ao falar da oposição, Falcão os nomeou de "neopassadistas", aludindo ao PSDB, e de "neovelhistas", referindo-se indiretamente ao PSB. "A oposição está formada por dois grupos que de tão enrolados parecem parte de um mesmo corpo, cujos pés não obedecem à cabeça, andando de forma errática. Um de seus braços é neopassadismo. O outro é tão politicamente obtuso, que chamo de neovelhismo. Parecem farinha do mesmo saco. Assemelham-se em quase tudo. Só se diferenciam na exibição de seus personagens e na algazarra de suas minúsculas plateias", afirmou.

Ao falar do "neopassadismo", numa referência clara aos tucanos, ele disse que este grupo "quer trazer de volta alguns dinossauros". Sobre o "neovelhismo", em referência a Campos e Marina Silva, o presidente do PT afirmou que eles trazem "discursos fáceis", mas "o que chamam de novo é cobrir de paetês as velhas oligarquias".

Sobre o presidente do STF, Rui Falcão afirmou que se esperava dele equilíbrio e moderação durante os julgamentos. "E acima de tudo que ele fosse justo, o que não ocorreu durante o julgamento da Ação Penal 470, que condenou injustamente alguns dos nossos companheiros", afirmou.

A quarta vitória do povo

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, o único presidente de partido a participar da mesa do evento, fez um resgate da historia recente do Brasil, mostrando que o Golpe Militar de 1964, que agora completa 50 anos, foi a forma que as forças reacionárias e conservadoras do país — vinculadas ao imperialismo estadunidense — encontraram para barrar o crescimento do movimento patriótico e democrático que se desenvolvia naquela época sob o governo de João Goulart.

"Foram duas décadas de regime militar contra as liberdades e a democracia. A luta popular foi retomada e em meados da década de 1980 — com três importantes bandeiras de luta; o fim dos atos e leis de exceção, a anistia ampla geral e irrestrita e a constituinte livre e soberana conquistamos o retorno à democracia", ressaltou.

Para Renato, nesta trajetória o Partido dos Trabalhadores jogou importante papel, surgindo como organização política na retomada do movimento democrático, tendo como ponto alto a conquista junto com outras forças progressistas e o PCdoB, em 2002, a vitória na campanha pela presidência da República com a eleição de Lula.

O presidente comunista lembrou que a presidenta Dilma foi uma das resistentes à Ditadura, sendo presa e torturada em função de sua participação na luta pelas liberdades e a democracia.

"Hoje, retomamos aquelas bandeiras que foram rasgadas pelo Golpe de 64. Levantamos a plataforma das reformas estruturais no Brasil, para alavancarmos a construção de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento soberano, com distribuição de renda e com uma verdadeira integração do território nacional", proferiu Renato Rabelo.

O dirigente comunista elogiou a atuação dos governos progressistas desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E disse também que a presidenta Dilma Rousseff "é quem possui melhores condições de levar adiante o Brasil à quarta vitória do nosso povo", afirmou.

Como partido aliado, Renato disse que é possível "renovar as esperanças" dos brasileiros. "Temos possibilidades de realizar as reformas que o povo brasileiro exige", encerrou.

Com informações do Brasil 247
Matéria atualizada às 11h32 com informações do Blog do Renato Rabelo