José Reinaldo: O grande Lênin

No dia 21 de janeiro, há 90 anos morria Vladimir Ilich Lênin. Pensador e dirigente político genial, continuador da obra de Marx e Engels, ele foi o fundador do Partido Bolchevique, o arquiteto da Grande Revolução Socialista de Outubro, o criador e dirigente do primeiro Estado socialista dos trabalhadores e camponeses.

Por José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho 

Lênin combateu a guerra imperialista e os oportunistas da Segunda Internacional que atrelaram o proletariado às políticas nacionalistas da burguesia. Orientou a fundação e os primeiros anos de existência da 3ª Internacional, tornando-se assim um líder dos comunistas e trabalhadores de todo o mundo. Deixou valiosas indicações sobre a construção do socialismo. Sua obra não é uma relíquia nem um adereço, mas uma consistente teoria que tem o valor de guia para a ação revolucionária. A morte de Lênin representou imensa perda para o proletariado mundial e toda a humanidade progressista.

Lênin começou sua atividade política nos anos 90 do século 19, quando a Rússia encontrava-se sob a autocracia czarista, às vésperas da guerra, e no mundo se processava a transição do capitalismo para o imperialismo, o que agravava as contradições entre o proletariado e a burguesia, entre os povos oprimidos e as grandes potências da época.

Nos anos 1889-1893, Lênin aprofundou seus conhecimentos e a assimilação da teoria marxista. Em uma das obras que escreveu nesse período, sobretudo o texto “Quem são os inimigos do povo e como lutam contra os sociais-democratas?“ (1894) e “O desenvolvimento do capitalismo na Rússia” (1899), Lênin desmascarou as visões idealizadas do socialismo no campo e as opiniões dos “marxistas legais”, definiu o papel da classe operária como força revolucionária de vanguarda da revolução e o do campesinato como força aliada, firmando o ponto de vista de que esta aliança era uma das condições indispensáveis para a emancipação social dos trabalhadores.

No combate aos mencheviques e diferentes correntes do oportunismo, nas obras “Que Fazer?” (1901-1902), “Um passo à frente, dois atrás” (1904), “Duas táticas da social-democracia na revolução democrática” (1905), entre outras, Lênin lançou as bases ideológicas, organizativas e táticas do Partido Bolchevique. O legado dos conceitos contidos nessas obras é ainda hoje valioso no empenho das atuais gerações de comunistas para a construção da vanguarda da luta revolucionária pelo socialismo.

Lênin fez notáveis incursões no terreno da filosofia. Em “Materialismo e empiriocriticismo” (1909), defendeu e desenvolveu a filosofia marxista que ele via como a cosmovisão do proletariado e como base teórica da luta revolucionária. Na luta contra o idealismo, Lênin generalizou as novas descobertas das ciências da natureza e desenvolveu a concepção materialista dialética do mundo, em especial a teoria do conhecimento. Nos “Cadernos Filosóficos”, apresentou uma série de teses sobre a dialética, a teoria do conhecimento e a história da filosofia.

Nas obras de Lênin um lugar especial é ocupado pelos agudos problemas da prática revolucionária, como as classes e a luta de classes, a ditadura do proletariado, o papel das massas como criadoras da história, a guerra como fenômeno histórico, a nação e a questão nacional entre outros. Lênin tratou essas questões a partir de posições e concepções científicas marxistas e dos interesses de classe do proletariado. À frente dos bolcheviques e do proletariado revolucionário russo, Lênin dirigiu a luta contra o oportunismo de direita e de esquerda, contra o revisionismo da Segunda Internacional que tinha traído a revolução e o socialismo, indicou o caminho à classe operária para criar o partido de novo tipo, o partido marxista-leninista, criou as condições necessárias para desbaratar a Segunda Internacional e criar a Terceira Internacional.

Pertence a Lênin o mérito histórico da elaboração da teoria do imperialismo. Nas obras “Sobre a palavra de ordem dos Estados Unidos da Europa” (1915), “O imperialismo e a antessala do socialismo“ (1916) e especialmente em “O imperialismo, etapa superior do capitalismo” (1916), Lênin fez uma análise profunda e multilateral do imperialismo como a etapa superior e última do capitalismo, como prelúdio da revolução socialista. Lênin lançou as bases da teoria da crise geral do capitalismo e descobriu a natureza do capitalismo monopolista estatal.

A teoria leninista do imperialismo tem como ponto de partida o fato de que a base mais profunda do imperialismo é o domínio dos monopólios. Para Lênin, o imperialismo é o capitalismo monopolista, estágio em que se intensifica a exploração da classe operária e de todas as massas trabalhadoras, base para a obtenção do lucro máximo, e em que o Estado é avassalado pelos monopólios.

Partindo da análise de sua base econômica, Lênin definiu o lugar do imperialismo na história e demonstrou que além de ser o capitalismo monopolista, o imperialismo é o capitalismo parasitário ou em decomposição e senil.

A teoria leninista sobre o imperialismo segue atual até os nossos dias, mesmo considerando as mudanças ocorridas na economia capitalista ao longo do século 20 e neste início do século 21.

Nas suas obras, Lênin deu respostas científicas a questões fundamentais do socialismo, aprofundando e desenvolvendo ainda mais o pensamento marxista, questões sobre o partido da classe operária, o Estado e a ditadura do proletariado, a aliança da classe operária com o campesinato etc. Nas obras “Tarefas imediatas do poder soviético”, “Sobre a cooperação”, “Sobre o imposto em espécie”, Lênin argumentou sobre a necessidade de aplicar as leis gerais da construção do socialismo nas condições peculiares de cada país e a necessidade do crescimento da produtividade do trabalho.

A herança teórica de Lênin mantém todos os valores ideológicos e possui importância vital para os destinos da revolução social e o socialismo. O PCdoB tem o leninismo como base teórica científica de sua linha geral na atual acumulação de forças. O Partido empenha-se na luta para defender o leninismo das falsificações dos revisionistas, de direita e de “esquerda”.