CPTM pagou 34% a mais por contrato suspeito de cartel em SP

Levantamento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo aponta que três contratos de manutenção assinados em 2007 pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) apresentam indícios de cartelização e custaram R$ 300 milhões a mais do que mesmos serviços contratados em 2012.

De acordo com a publicação, os indícios de cartel nos contratos de 2007 levaram o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a incluir as negociações em sua investigação.

A licitação de 2007 não foi mencionada pela empresa alemã Siemens – que delatou a existência de conluio entre empresas de 1998 a 2008, do qual ela mesma diz ter participado – ao Cade.

Segundo o jornal, os contratos sob suspeita apresentam baixo desconto oferecido pelas empresas em relação ao preço de referência. A maior diferença aparece em contratos de trens da série 2100, já que, de acordo com a publicação, a CPTM pagou R$ 490 milhões em 2007 e R$ 290 milhões em 2012.

Na licitação de 2007 para os trens da série 3000, que apresentam indícios de conluio, o maior desconto foi de 2,9%. Em 2012, o desconto chegou a 34%, segundo a publicação.

Na comparação entre as somas dos contratos de 2007 e 2012, a queda de preços foi de 31%. Em 2007, durante o governo de José Serra (PSDB), a CPTM gastou R$ 967 milhões pela manutenção de três modelos de trens por cinco anos. Em 2012, no governo do também tucano Geraldo Alckmin, os mesmos serviços foram contratados por R$ 667 milhões quando se estima o valor para cinco anos.

As empresas participantes das licitações de 2007 da CPTM afirmaram ao jornal que as propostas correspondem a preços de mercado e negaram acerto prévio. A CPTM afirmou que só as empresas podem comentar as licitações.

Fonte: Folha de S. Paulo