Irã segue comprometido com negociações nucleares, diz chanceler

O líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Sayed Ali Khamenei, sublinhou que as conversações entre o Irã e o Grupo 5+1 sobre o programa nuclear persa revelaram a hostilidade dos Estados Unidos contra o país. Embora as autoridades iranianas envolvidas nas negociações demonstrem otimismo com a conquista de um acordo permanente e com a melhoria das suas relações com os membros do grupo, frequentes ameaças de expansão das sanções impostas contra o Irã dificultam o ambiente diplomático.

Mohamed Javad Zarif - Reuters

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammed Javad Zarif, tem reiterado o seu otimismo sobre a conquista de um acordo nuclear, no último 24 de novembro, entre o país persa e o G5+1, formado pelos EUA, pelo Reino Unido, pela França, Rússia e China, como membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e pela Alemanha.

Zarif prepara-se para uma nova rodada de negociações, nesta quinta-feira (10), para determinar a aplicação do acordo preliminar, que tem um cronograma de seis meses de duração. De acordo com o chanceler, os diálogos a nível de especialistas dos diferentes países envolvidos na questão, em dezembro, teve bons resultados.

O ministro disse também que a equipe de negociadores está avançando nas conversações com “seriedade e forte vontade política”, para que uma solução integral seja alcançada, o que depende do compromisso de todos os envolvidos com um acordo histórico.

Um membro da equipe diplomática persa, Majid Takht Ravanchi, havia lamentado ainda nesta quinta sobre a imposição de novas sanções contra o Irã, pelos EUA, no período de negociações. Segundo ele, a medida tornaria mais complicada as conversações.

No mesmo sentido em que falou o aiatolá Khamenei, Ravanchi ressaltou que nenhum outro membro do G5+1 tomou medidas hostis durante o processo, apenas os Estados Unidos.

O assunto deve ser debatido ainda na manhã desta quinta-feira (9), durante uma reunião entre o vice-chanceler persa, Sayed Abbas Arachi, e a secretária-geral adjunta para Assuntos Políticos da União Europeia (UE), Helga Schmid, em Genebra, na Suíça. Também a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Wendy Sherman, pode comparecer ao encontro.

Segundo o acordo preliminar anunciado no final de novembro, o G5+1 deveria aliviar as sanções impostas contra o Irã. Desde 1979, os EUA renovam e ampliam medidas deste gênero anualmente, enquanto a União Europeia e a Organização das Nações Unidas também avançaram sanções desde 2006 e 2010.

Os principais focos das medidas são o setor financeiro persa, a produção de petróleo, o setor automobilístico e algumas exportações, além de indivíduos e empresas específicas ligadas ao programa nuclear do país, cujo governo afirma ter fins energéticos e médicos, mas as potências ocidentais acusam de ter objetivo bélico, ainda sem evidências.

Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV