Argentina: Celac tem papel fundamental em integração regional

O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados da Argentina, Guillermo Carmona, destacou que a Celac é fundamental para a integração latino-americana.

Em entrevista concedida à Prensa Latina, o também presidente da delegação argentina ao Parlamento Sul-americano (Parlasul) exaltou o papel exercido por essa instância depois dos avanços atingidos pelo Mercosul e a Unasul.

Os países sul-americanos têm avançado em duas experiências de integração muito intensas e positivas, mas com alcance limitado à região e agora a Celac é o espaço de confluência com toda a América Latina, expressou.

Carmona, que participou de um seminário sobre o Mercosul e a integração no Paraguai, destacou que a Celac supera a experiência de uma OEA fortemente condicionada pelos interesses dos Estados Unidos e do Canadá.

Considerou que, nesse sentido, está demonstrando ser um espaço pluralista a partir das perspectivas ideológicas progressistas vigentes em países da região, mas com participação de outros com opiniões diferentes.

Para o entrevistado, por outro lado, a região está diante de uma verdadeira oportunidade de maior consolidação do Mercosul após os mais recentes resultados eleitorais em diferentes nações.

Referiu-se, especialmente às eleições favoráveis ao governo argentino, a perspectiva positiva no Chile, um Estado associado, e o contundente triunfo do chavismo na Venezuela.

“Eu acho que isto gera condições políticas adequadas para continuar aprofundando o processo de integração e, por outro lado, há a decisão dos membros do bloco de fazer avançar o aprofundamento do processo”, manifestou.

Carmona entende que existem desafios, como o de melhorar o grau de institucionalização do Mercosul, aliviando qualquer burocracia para responder mais agilmente às orientações e acordos dos chefes de Estado e de governo.

Além disso, apontou a importância de que o Mercosul e a Unasul se articulem ainda mais fortemente, algo entendido por ele como um transcendente objetivo a conquistar, pois as duas instâncias estão fortemente comprometidas no caminho para a integração.

Ao mencionar a chamada Aliança do Pacífico, recordou que qualquer ação entendida como um risco para o desenvolvimento econômico endógeno e os processos de industrialização em andamento deve ser considerada como uma ameaça.

Recusou qualquer tendência à liberalização econômica que possa significar um reflexo dessa Aliança do Pacífico, mas não teve a menor objeção em demonstrar seu otimismo com relação às decisões futuras no âmbito integracionista.

“Acredito que o condicionamento fundamental está dado pelas permanentes tentativas de incidência dos grandes fatores de poder mundial e, por isso, as novas políticas da América Latina me convencem de que transitamos pelo caminho correto”, disse.

Prensa Latina