Dilma faz críticas ao neoliberalismo em evento de Clinton no Rio

A presidenta Dilma Rousseff fez duras críticas ao neoliberalismo dos governos tucanos durante encontro da Clinton Global Initiative (CGI), entidade criada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, em um hotel na zona sul do Rio de Janeiro, na tarde desta segunda-feira (9).

O discurso foi feito diante da presença do ex-presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso e do próprio Bill Clinton. Dilma exaltou as gestões progressistas, iniciadas com o governo do ex-presidente Lula, em 2002, e comparou indicadores econômicos atuais com os de uma década atrás.

“Por muitos e muitos anos, o Brasil foi pensando como um país pequeno, voltado apenas para os países em desenvolvidos e dedicado apenas a uma parcela privilegiada de sua população”, proferiu Dilma.

Comparando os dados do governo tucano, com o governo Lula, a inflação caiu de 12,5% para 5,8% e que a dívida líquida recuou de 60,4%, para 35% do PIB. “De país devedor, nós passamos à condição de país credor”, acrescentou a presidenta.

Em um tom claro de ataque ao neoliberalismo, a presidenta Dilma ressaltou que os países do continente foram vítimas de ditaduras, e em seguida, de governos conservadores que os “infelicitaram”. Segundo Dilma, essas gestões frearam o crescimento, aumentaram ainda mais a desigualdade social e provocaram desequilíbrios macroeconômicos.

Ainda sobre os países latinoamericanos, a presidenta ressaltou que não há hegemonismo. Dilma disse recusar a ideia do Brasil desempenhar um papel de liderança diante dos países. A razão é muito simples, disse a presidenta: "no projeto de integração que desenvolvemos não há espaço para relações hegemônicas. A verdadeira integração dispensa liderança, o que existe é solidariedade", enfatizou.

Terra de oportunidades

Dilma Rousseff falou que o Brasil de hoje torna-se cada vez mais uma terra de oportunidades, com inclusão social, aumento da renda e do emprego e atração de investimentos.
“O Brasil torna-se cada vez mais uma terra de oportunidades como produtor de alimentos, proteínas, recursos minerais expressivos, indústria diversificada e produtor de energia renovável e petróleo. Isso explica porque o Brasil continua atraindo investimentos diretos”.

A presidenta explicou que até fins de 2012, o país experimentou uma expansão econômica depois de período longo de estagnação. Segundo Dilma, essa expansão “não se fez à custa da desigualdade social, ao contrário, fizemos da inclusão fator de dinamização da nossa economia. Criamos expressivo mercado de consumo de massas e políticas sociais e de transferência de renda que permitiram tirar 36 milhões da miséria (…) e isso permitiu que se configurasse um grande mercado de massas”.

Segundo Dilma, graças a esse grande mercado de massas, o Brasil atravessou com menos dificuldades os efeitos da crise global, em 2008 e 2009, e criou condições para que houvesse na América Latina um forte dinamismo nas suas trocas e no seu comércio. Dilma disse ainda que as melhorias na América Latina também são consequência do incremento do comércio inter-regional no Mercosul, na Unasul e na Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac).

Da redação,
Com informações das agências