Vice-presidente dos EUA debate com China sobre Ilhas Diaoyu

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou à China nesta quarta-feira (4) para uma visita de 24 horas para tratar com as autoridades do país as tensões na região surgidas depois que Pequim decretou uma zona de identificação de defesa aérea (ADIZ) no mar da China Oriental. Biden, que chegou de Tóquio para uma visita oficial, deve se reunir nesta quarta com o vice-presidente chinês, Liu Yuanchao, e com o presidente Xi Jinping e, na quinta, com o primeiro-ministro Li Keqiang.

Antes de sua chegada, o jornal oficial chinês China Daily advertiu em editorial que Biden não terá sucesso se "repetir as declarações anteriores de seu governo, equivocadas e parciais". O editorial afirma que Washington "alinhou-se claramente com o Japão" e investiu "equivocadamente" contra a China depois que este país declarou há dez dias uma zona de identificação de defesa aérea (ADIZ) no mar da China Oriental.

A zona inclui as Diaoyu, que são reivindicadas pela China e pelo Japão. Como resultado da declaração da zona, que irritou os países vizinhos e os Estados Unidos, Pequim exige agora que os aviões que forem sobrevoar a área se identifiquem previamente e anunciem seus planos de voo.

Os Estados Unidos recomendaram a suas companhias aéreas a cumprirem com esses requisitos para evitar incidentes, mas afirmaram que isso não equivale a reconhecer a ADIZ chinesa, enquanto as empresas japonesas se recusam a fazê-lo. No editorial, o jornal chinês afirmou que "foi o Japão que mudou unilateralmente a situação" na região.

"Se os Estados Unidos estão verdadeiramente comprometidos com a diminuição das tensões na região, primeiro deveriam deixar de consentir a perigosa política de risco calculado do Japão", disse o editorial. Além disso, "os EUA devem deixar de encorajar o beligerante primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe”, acrescenta.

Apesar de a visita de Biden ter inicialmente o objetivo de promover os investimentos e o comércio entre os países, ela se concentrará agora nas tensões em torno da ADIZ chinesa. Biden chega a Pequim vindo de Tóquio, onde pediu que China e o Japão buscassem meios para reduzir essas tensões e reiterou que os Estados Unidos estão "profundamente preocupados" com a declaração da ADIZ.

"Ao invés de difundir o pedido ilícito do Japão para rescindirmos a ADIZ, Biden deveria tentar fazer com que os japoneses entendessem que esta pode se transformar, de acordo com as previsões do nosso Ministério da Defesa, em 'uma zona de cooperação, não de confronto'", afirmou o jornal chinês.

Por seu turno, o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, Geng Yansheng, explicou nesta terça-feira (3) a posição do país sobre a Zona de Identificação da Defesa Aérea no Mar do Leste.

Segundo o porta-voz, a zona visa reforçar a defesa da segurança aérea e não constitui uma ameaça a qualquer país ou região. A China defende que todas as nações devem ter a liberdade de voo garantida pelas normas do Direito Internacional, disse Geng Yansheng, acrescentando que os aviões estrangeiros que atravessam a zona de identificação não serão afetados.

O porta-voz disse ainda que a China tem insistido no caminho do desenvolvimento pacífico. O estabelecimento desta área tem como objetivo melhorar a capacidade do país na identificação de aeronaves e evitar qualquer comportamento inadequado, alertou o porta-voz, que disse ainda que o governo chinês quer fortalecer a cooperação internacional para salvaguardar a segurança aérea e promover a estabilidade da região da Ásia-Pacífico.

Com agências