Pesquisa aponta alta aprovação do Programa Mais Médicos 

Pesquisa publicada no último dia 26 de novembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Fundação Getúlio Vargas e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta ampla aprovação, pela população brasileira, dos princípios do Programa Mais Médicos.

Joanne Mota, com informações do Ipea 

Em declaração à imprensa, o ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência (SAE/PR) e presidente do Ipea, Marcelo Neri, destacou que a saúde é o principal foco de preocupação do brasileiro que, ao mesmo tempo, é favorável à vinda de profissionais estrangeiros qualificados para o país como forma de suprir as demandas.

“Quando a população é questionada sobre a sua principal prioridade, a saúde aparece em todas as pesquisas como a principal prioridade da população brasileira”, disse Marcelo Neri. De acordo com os dados apresentados, a melhoria da saúde é o principal foco de preocupação do brasileiro. Para 85,5% dos entrevistados em pesquisa do Ipea, este é o item mais importante tanto individualmente quanto para a sua família.

Logo depois da 'saúde pública de qualidade', com 81,8% ficou a “educação de qualidade” . Quando perguntados sobre a qualidade dos serviços de saúde pública, os entrevistados apontaram claramente que o principal problema identificado é a falta de médicos. Essa foi a resposta de 58,1%. Para 47%, a solução apresentada para o problema é aumentar o número de profissionais da área.

Concentração

Ao apresentar um panorama sobre a oferta e a demanda de médicos no Brasil, Marcelo Neri pontuou que os médicos no país estão concentrados nas áreas de maior poder aquisitivo. “Os dados mostram com clareza que os médicos estão onde estão os recursos, e não onde estão as pessoas, principalmente as mais pobres. Há uma concentração geográfica desses profissionais em determinadas áreas de maior poder aquisitivo.”

A maior presença de médicos, segundo o levantamento, está concentrada nas regiões Sul e Sudeste e no Distrito Federal. A pesquisa mostrou que Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e o Espírito Santo, juntamente com o Distrito Federal, são os estados que possuem maior quantidade de médicos por habitantes. Na outra ponta, Piauí, Rondônia, Pará, Amapá e Maranhão são as localidades que menos possuem a oferta desses profissionais. “Há uma desigualdade regional bastante forte, e os médicos precisam estar onde as pessoas estão.”

“Se pegarmos os seis municípios mais ricos do Brasil, esses cinco estarão presentes. Se olharmos os municípios com maior presença de internet e maior quantidade de carros por habitantes, que são indicadores de riqueza, são esses mesmos municípios que aparecem. Ou seja, os médicos estão concentrados nas áreas mais ricas do país”, destacou o ministro.