Venezuela: Comunistas querem radicalizar combate à especulação  

O Partido Comunista da Venezuela (PCV) apoiou nesta segunda-feira (11) as recentes medidas tomadas pelo governo em matéria econômica e apostou em uma radicalização das mesmas a fim de golpear mais profundamente a especulação.

Em coletiva de imprensa, o secretário-geral do PCV, Oscar Figuera, disse que as providências anunciadas na quarta-feira passada pelo Executivo nacional apontam para a direção correta.

Contudo, o dirigente considerou – depois de uma reunião do Birô Político do partido governante, o PSUV – que em geral estas ações são insuficientes no "contexto de guerra econômica" gerado por atores adversos ao processo de mudanças que a Venezuela está levando adiante.

Segundo Figuera, a anunciada criação de um centro dirigente do comércio exterior constitui "um passo positivo", mesmo que isto não signifique a "completa nacionalização" dessa atividade.

Os comunistas venezuelanos propõem a centralização das importações nas mãos do Estado, o que – opinou – também seria um golpe radical na especulação com bens e divisas e permitiria controlar os preços e poupar recursos financeiros da nação.

Figuera defendeu que se deve "cortar as asas do setor financeiro especulativo e do importador", aos quais – disse – não interessa o desenvolvimento nacional.

O dirigente comunista assinalou que o PCV espera concretizar uma reunião com o presidente Nicolás Maduro para levar a ele um conjunto de propostas relativas à vida econômica do país.

Segundo o secretário-geral do PCV, seu partido acompanha, em particular, as medidas governamentais contra a especulação, em referência à atual ofensiva fiscalizadora que determinou a intervenção pela remarcação dos preços e a usura de um grupo de estabelecimentos comerciais (sobretudo, até agora, de eletrodomésticos).

Na opinião de Figuera, estas práticas, junto às sabotagens no setor produtivo, representam um componente relevante da escalada inflacionária que afeta este país sul-americano.

Uma profunda reforma tributária, a redução paulatina do IVA (Imposto sobre o Valor Agregado) e a limitação aos lucros capitalistas, seriam – de acordo com o dirigente – algumas das propostas do PCV.

As atuais ações devem ser ampliadas e aprofundadas com a participação dos trabalhadores, as comunas, os conselhos de camponeses e estudantes, entre outros setores, defendeu Figuera.

O secretário-geral do PCV comentou também que em reunião realizada na semana passada os partidos do Grande Polo Patriótico confirmaram a decisão de avançar em "uma ofensiva política unitária" nas eleições municipais de 8 de dezembro próximo.

Nessa encontro – indicou – as forças integrantes do Polo concordaram em impulsionar a aprovação no Parlamento da Lei Habilitante solicitada pelo presidente Maduro para intensificar a luta contra a corrupção administrativa.

Prensa Latina