Santos anuncia que "não haverá pausa nas negociações com Farc"

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou nesta semana que não haverá mais uma pausa nas negociações entre o governo e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em Havana, Cuba.

Juan Manuel Santos

"Seria irresponsável romper ou fazer uma pausa no momento em que estamos obtendo progressos reais", disse Santos em mensagem pública ao país, na qual celebrou o acordo obtido entre as duas partes sobre o segundo ponto da agenda de negociação: a participação política da guerrilha.

"Seria realmente irresponsável sacrificar a maior oportunidade de paz que este país já obteve por cálculos políticos ou questão de tempo", acrescentou o presidente. A imprensa especulava sobre a conveniência de se suspender as negociações em Havana devido às eleições presidenciais de maio próximo, nas quais Santos tentará um segundo mandato de quatro anos.

"Estamos obtendo resultados, acordos concretos, e este progresso nos permite manter a esperança de que vamos chegar a um porto seguro, o porto da paz".

O governo de Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) completarão no próximo dia 19 de novembro um ano de tratativas na capital cubana. Santos anunciou que agora será negociado o tema das drogas, o terceiro ponto da agenda, e pediu a aceleração do diálogo.

"Quando avançamos, quando há resultados, não é o momento de parar, pelo contrário, é o momento de acelerar, de continuar com mais ânimo, com mais entusiasmo para obter o fim deste conflito de forma definitiva".

"As oportunidades vêm e vão, e esta não podemos deixar passar. Por isto precisamos estar a altura de nossas responsabilidades e da nossa história", disse Santos, lembrando que o povo colombiano dará a última palavra sobre o que ficar acertado em Cuba, "porque qualquer acordo será submetido à aprovação popular".

"Serão vocês os protagonistas da paz, porque esta não será a paz de Juan Manuel Santos ou de um governo, será a paz de vocês, com vocês e para vocês". Ao admitir que o caminho não será fácil e que ainda há muito a percorrer, o presidente salientou que necessita do apoio do povo, de "todos os colombianos neste esforço pelo país".

Além do tema das drogas, os negociadores discutirão ainda armas, indenização das vítimas e o mecanismo de referendo do eventual acordo para acabar com o conflito que se arrasta por quase meio século.

Com informações da AFP