EUA forjam "ameaça" coreana para cercar a China militarmente

O governo estadunidense aproveita-se do pretexto sobre os mísseis balísticos da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), que classifica de “ameaças”, para cercar a China com mísseis e bases militares, de acordo com o cientista político Linh Dinh, em entrevista à rede de notícias PressTV, nesta quarta-feira (6).

Comando Ásia-Pacífico dos Estados Unidos - US Army

“Esta ameaça não é real, mas os Estados Unidos a utilizam como pretexto para manter uma presença militar na região, disse Linh, sublinhando que o objetivo principal das forças norte-americanas é conter a China e cercá-la de bases militares em países aliados na região.

Além disso, qualquer tensão intensificada ajuda os Estados Unidos no comércio dos seus armamentos, já que é o maior fornecedor bélico do mundo. A ligação direta entre o Complexo Industrial-Militar com a política de agressão de diversas potências, principalmente dos EUA, tem sido ressaltada por diversos analistas políticos como determinante na manutenção e escalda da violência entre os países.

As declarações de Linh, um analista vietnamita-estadunidense, foram feitas depois de o chefe do Comando Ásia-Pacífico das Forças Armadas dos EUA, o almirante Samuel Locklear, ter anunciado que o seu país prepara-se para enfrentar a “ameaça dos mísseis balísticos intercontinentais” da Coreia Popular.

Linh também disse que a RPDC não tem intenções de disparar esse armamento contra os Estados Unidos, inclusive porque isso seria “suicídio nacional” para Pyongyang, e agregou que os EUA estão usando as relações tensas com o país coreano para a sua própria propaganda.

“É ridícula a ideia de que a Coreia do Norte [RPDC] envie mísseis balísticos a Los Angeles ou Seattle”, afirmou o analista. “Os Estados Unidos estão em tão má situação econômica que as pessoas estão cansadas de escutar sobre a Coreia do Norte. Eles têm muitos outros assuntos com os quais se preocupar, como os meios de colocar comida sobre a própria mesa”, pontuou.

Em 2012, o então secretário de Defesa dos EUA Leon Panetta havia anunciado os planos de aumento da frota na região do Pacífico. Na época, a preocupação com o tensionamento das relações com a China já era declarada, inclusive por líderes asiáticos, que pediram mais transparência aos EUA sobre as suas intenções, como no caso de Cingapura.

Com HispanTV,
Da redação do Vermelho