Governo boliviano investiga confronto de policiais e cocaleiros

O governo e a Defensoria do Povo da Bolívia investigam nesta segunda-feira (21) as causas e os envolvidos em um confronto entre cocaleiros e policiais antidrogas, que deixou dois mortos, 27 feridos no último fim de semana.

Os fatos ocorreram na tarde do sábado (21), quando os camponeses do povoado de Apolo, no norte do país, emboscaram um grupo de policiais da Força de Tarefa Conjunta que atuava na erradicação dos cultivos excedentes da folha de coca nessa localidade, que se situa a 442 km de La Paz.

A Defensoria confirmou o envio de uma comissão ao local para realizar uma análise da situação, entretanto, o Ministério de Governo (Interior) informou que conversará com as autoridades do Peru sobre a suposta participação de narcotraficantes desse país no confronto.

Depois da morte de um militar, o Ministério denunciou que oito policiais foram tomados como reféns pelos cocaleiros. O ministro de Governo, Carlos Romero, opinou que a emboscada contra os agentes foi premeditada e contou com apoio de estrangeiros.

Os cocaleiros, por sua vez, asseguraram à Rádio Fides, emissora local, que o confronto ocorreu como forma de resistência contra os abusos das forças da ordem.

Ainda que Bolívia a defenda o cultivo da coca como tradição e forma de vida dos povos andinos, combate os plantio excedentes da mesma, pelo perigo de que sejam destinados à fabricação de cocaína e não ao uso ancestral de sua folha.

A legislação boliviana reconhece a legalidade dos cultivos de 12 mil hectares da planta destinada a práticas tradicionais, como o mascado, as infusões ou os rituais religiosos andinos.

Segundo dados oficiais, a Bolívia erradicou mais de 9.000 hectares de plantações ilegais de coca neste ano, e 25.300 em 2012.

Fonte: Prensa Latina