Chanceler do Egito critica dependência da ajuda dos EUA

Em relativo isolamento, autoridades do governo interino do Egito vêm expressando críticas contra os Estados Unidos pela redução do apoio militar histórico (financeiro e bélico) prestado ao país africano. O ministro de Relações Exteriores do governo interino do Egito, Nabil Fahmy expressou arrependimento, nesta quinta (17), pela dependência completa do seu país em relação à assistência estadunidense, garantida anualmente através dos Acordos de Camp David, de 1979.

     
        Em setembro de 1978, o presidente Anwar Sadat, do Egito, e o primeiro-ministro Menachem Begin,  
        de Israel, com a mediação determinante do então presidente dos EUA Jimmy Carter, assinaram os
        Acordos de Paz de Camp David.

Na época, o acordo de paz que terminaria as hostilidades entre Israel e o Egito, mediado pelos Estados Unidos, garantiu um envio anual de 1,3 bilhão de dólares ao governo egípcio (com uma “entrada” de 15 bilhões de dólares para Israel, que ainda é o maior recebedor mundial da “assistência” estadunidense).

Para Fahmy, foi um erro do Egito depender dos EUA por tantas décadas, sem diversificar suas opções, e não seria uma surpresa se o governo norte-americano decidisse suspender completamente a assistência que envia aos egípcios há décadas.

A possibilidade, entretanto, é considerada irracional por diversos analistas da geoestratégia estadunidense, uma vez que a parceria com o Egito ainda tem seus propósitos, sobretudo devido à presença vantajosa em um ponto estratégico da região.

Ainda assim, Fahmy reconheceu que as relações entre o seu país e os EUA estão “estremecidas”, após a decisão norte-americana de suspender parte considerável da assistência militar e financeira ao Egito.

“O Egito tem estado dependente da assistência dos Estados Unidos por 30 anos, sem nunca expandir suas opções. Assim, os EUA acreditam, erroneamente, que o Egito sempre apoiará suas políticas e objetivos”, disse o ministro.

Com Middle East Monitor,
Da redação do Vermelho