Chefe da diplomacia europeia visita Egito para diálogo comercial

A alta representante da União Europeia (UE) para as Relações Exteriores e Política de Segurança, Catherine Ashton, que está de visita ao Egito, reuniu-se nesta quarta-feira (2) com o ministro das Relações Exteriores egípcio, Nabil Fahmi, e os representantes de diversos grupos do país. As conversas não focaram na situação política do país, segundo a chancelaria do país africano.

Catherine Ashton e General Abdel Fateh El-Sisi - Reuters

No encontro entre Ashton e Fahmi, ambos trocaram opiniões acerca das relações entre o Egito e a UE, além da questão da cooperação comercial. De acordo com uma fonte europeia da diplomacia, em declarações à agência Reuters, Ashton tentaria dialogar a respeito da reconciliação política no país.

Entretanto, o conteúdo da conversa não se referiu aos assuntos internos do Egito, afirmou Badr Abdel Atti, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Egito. Ele acrescentou que Ashton também não assumiu qualquer posição sobre o conflito entre as autoridades e a oposição egípcia.

Após o diálogo com Ashton, o presidente da comissão responsável pela reforma da Constituição egípcia, Amr Moussa, declarou que a posição da UE sobre a questão no Egito está atravessando uma "fase positiva".

Ashton também se encontrou com os líderes da Irmandade Muçulmana, grupo que foi recentemente banido da política egípcia, já que suas atividades e estruturas foram classificadas de ilegais.

Na reunião, o grupo reiterou a legitimidade política da entidade, mas Ashton disse esperar que a Irmandade Muçulmana estreite relações com as autoridades.

O papel da UE e de outros parceiros do Egito tem sido questionado após o Exército destituir e prender o presidente Mohamed Mursi, filiado à Irmandade, no começo de julho, juntamente com diversos outros líderes do grupo nos meses seguintes.

Toma relevo cada vez mais enfático a preocupação com o posicionamento internacional relativo ao Egito, de acordo com diversos analistas políticos da região, pelas medidas que podem se revelar autoritárias e contrárias aos princípios da revolução de 2011, que derrubou o ditador Hosni Mubarak e possibilitou a realização das primeiras eleições democráticas do país, quando Mursi foi eleito.

Com agências,
Da redação do Vermelho