Itamaraty acompanha caso de ativista brasileira detida na Rússia

A promotoria russa apresentou acusação de pirataria, nesta quarta-feira (2), contra a ativista brasileira Ana Paula Maciel, da organização ambientalista Greenpeace. A ativista está detida desde o dia 19 de setembro, de acordo com a ONG, junto com o cinegrafista britânico Kieron Bryan, também acusado de pirataria. Segundo o Greenpeace, eles podem ser condenados a até 15 anos de prisão, mas outras fontes noticiam um período de dois meses de detenção no país.

Greenpeace - Greenpeace/Reuters

Ana Paula e mais 29 ativistas do grupo foram detidos em Murmansk, na Rússia, após um protesto em uma plataforma de extração de petróleo da companhia estatal russa Gazprom no mar Ártico. Os manifestantes eram tripulantes do navio Arctic Sunrise.

Desde 2006, Ana Paula embarca nos navios de campanha do Greenpeace. O escritório do Greenpeace no Brasil entrou em contato com a Divisão de Assistência Consular do Ministério de Relações Exteriores relatando o ocorrido e pedindo ao governo brasileiro que entre em contato com as autoridades russas para garantir a segurança dos ativistas e para prestar assistência a Ana Paula.

Segundo a organização, os promotores russos devem apresentar em breve as acusações para o restante do grupo, que alega ter sido abordado de forma irregular, uma vez que o navio encontrava-se em águas internacionais de livre circulação. As autoridades russas contrapõem o argumento.

Em nota, o Itamaraty informou que, "por meio da Embaixada em Moscou, vem acompanhando com atenção o caso da detenção de ativista brasileira". A Embaixada em Moscou enviou a chefe do setor Consular, que permaneceu naquela cidade por 4 dias, de 24 a 27 de setembro, tendo visitado a brasileira ainda no navio, de acordo com informações do Ministério.

"A intervenção da diplomata brasileira permitiu que os advogados acompanhassem os depoimentos. Em atendimento à solicitação dos advogados da senhora Maciel, o ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado instruiu o Embaixador do Brasil em Moscou, Fernando Mello Barreto, a assinar uma 'carta de garantia' que deverá contribuir para o encaminhamento positivo do caso", afirma a nota.

Além disso, o comunicado do Itamaraty informa que a Embaixada em Moscou continua a manter contato permanente com o advogado de defesa da brasileira, com o Greenpeace e demais Embaixadas de países envolvidos no caso.

Com informações do Itamaraty,
Da redação do Vermelho