Presidente palestino viaja aos EUA para Assembleia Geral da ONU

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, chegou a Nova York neste domingo (22), para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e para encontrar-se com líderes mundiais nos próximos dias, inclusive com o presidente estadunidense Barack Obama. Os detalhes foram transmitidos nesta segunda-feira (23), à agência de notícias palestina Wafa, pelo chanceler Riyad Malki.

Obama e Abbas - EPA / Arquivo

Malki informou à rádio Voz da Palestina, citada pela agência Wafa, que Abbas terá reuniões com a chefe da chancelaria europeia, Catherine Ashton, nesta segunda.

Para a reunião estão previstos temas sobre os últimos desenvolvimentos das conversações de paz com Israel, mas o chanceler palestino negou que Abbas se encontrará com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que também viaja a Nova York nesta semana.


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“Esta reunião não está planejada”, disse Malki, que explicou que “a situação ainda não é propícia” para tal encontro, “que não ajudaria a situação no terreno”. As conversações de paz são mantidas em encontros entre os representantes dos dois lados, e não pelos líderes.

Malki afirmou estar preocupado com a possibilidade de Israel usar a morte de um soldado israelense em Hebron, neste domingo (22), e de outro soldado que estava liberado do serviço em Qalqilya dois dias antes para desacreditar a Autoridade Palestina (AP), embora episódios em que palestinos civis foram mortos não tenham alterado o processo.

Por outro lado, disse o chanceler, a AP estará pronta para impedir tal tentativa de Israel, ao explicar o que os israelenses estão fazendo na Cisjordânia, inclusive com as mortes em campos de refugiados em Calândia e em Jenin.

“Nós falaremos sobre tudo o que Israel está fazendo no terreno e podemos ser persuasivos para explicar a posição palestina”, completou.

Nesta segunda, Catherine Ashton emitiu um comunicado a respeito da violência, em nome da União Europeia, para advertir para os riscos às negociações e aos esforços de paz.

Sobre a morte do soldado israelense em Qalqilya, Catherine disse que “ela segue uma onda de diversos incidentes preocupantes na Cisjordânia”, em referência às mortes de seis palestinos no mês passado e neste mês, em Calândia e Jenin, que impulsionaram protestos em várias áreas do território palestino, inclusive contra as negociações.

A atuação das forças armadas israelenses reflete a falta de compromisso do governo com uma solução de paz e com o fim da ocupação, e tem impulsionado reações em vários grupos da sociedade palestina.

Com informações da Wafa,
Da redação do Vermelho