Equipe feminina do Brasil é prata no Mundial de Judô

O Brasil encerrou a participação no Mundial de Judô do Rio de Janeiro com a medalha de prata da equipe feminina. Foi a sétima conquista brasileira nos tatames do Maracanãzinho: uma de ouro, quatro de prata e duas de bronze. A competição por equipes neste domingo (1º/9) reservou um pódio e uma decepção para os nossos judocas. Enquanto as mulheres festejaram a segunda colocação, os homens lamentaram a desclassificação logo na primeira rodada da disputa. 

O Mundial de Judô 2013 contou com apoio do Ministério do Esporte. O caminho das brasileiras até o pódio foi longo. Erika Miranda iniciou a disputa por equipes vencendo a alemã Mareen Kraeh. Em seguida, a campeã mundial Rafael Silva venceu Miryam Roper. Na terceira luta, Ketleyn Quadros foi derrotada por Matyna Trajdos. Maria Portela encarou Laura Koch e, com um belo ippon, garantiu o Brasil na próxima fase. Na útima luta, Maria Suelen venceu Jasmin Thiere, fechou o placar em 4 x 1 e confirmou a classificação para enfrentar a França na fase seguinte.

Na segunda rodada, após duas vitórias do Brasil – Eleudis Valentim venceu Lucie Duport e Rafaela Silva ganhou por ippon de Helene Receveaux -, a França conseguiu empatar o marcador. Mariana Silva foi derrotada por Clarisse Agbegnenou e Maria Portela perdeu para Gevise Emane. Na luta decisiva Maria Suelen, após ficar grande parte do combate em desvantagem, aplicou um belo wazari em Lucie Louette e garantiu o Brasil na semifinal para enfrentar a Coreia do Sul.

Na briga por uma vaga na final, o Brasil travou uma emocionante batalha contra as coeranas. A equipe brasileira iniciou com derrota de Erika Miranda para a sul-coeana Da Sol Park. Em seguida, Rafaela Silva passou por Jan-Di Kim e empatou o confronto. As coeranas voltaram liderar com a derrota de Mariana Silva para Da-Woon Joung. Precisando vencer para seguir com chances da final, Maria Portela teve pela frente Kim Seongyeon. A brasileira levou o combate até o final e, por dois shidos, venceu. No desempate, Mayra Aguiar enfrentou Jung Eun Lee. Após 5 minutos de confronto, a atleta da Sogipa acumulou menos punições, saiu com a vitória e levou o Brasil à final.

Brasil e Japão disputaram o ouro por equipes. Erika Miranda abriu a final para o Brasil com derrota por imobilização para Yuki Hashimoto. Na segunda luta, Rafaela Silva bateu Anzu Yamamoto por um yuko. No combate seguinte, a brasileira Katherine Campos também perdeu por imobilização para Kana Abe. Com isso, Maria Portela precisava vencer Hakura Tachimoto para o Brasil seguir sonhando com o ouro. Em luta equilibrada, a brasileira levou a melhor por ter levado uma punição a menos que a japosesa. No desempate, Maria Suelen entrou no tatame para encarar Megumi Tachimoto. Após 5 minutos de uma luta equilibrada e amarrada, a japonesa venceu por causa de uma punição dada à brasileira. A equipe feminina do Brasil fechou o Mundial com o vice-campeonato.

Para Rafaela Silva, ouro do individual, o time brasileiro entrou com muita vontade para a competição em busca do lugar mais alto do pódio. “Fomos prata (por equipes) no último mundial e viemos com vontade do ouro. Todo mundo deu seu máximo e estou muito orgulhosa da nossa equipe”, informou, prometendo a luta pelo ouro no próximo Mundial de Judô. “Infelizmente não veio, mas mostramos que estamos no topo, entre as melhores. Importante continuar treinando forte. Vamos buscar o ouro na próxima vez”, disse. Rafa ainda superou um corte na mão para vencer sua luta na decisão por equipes. “Já tinha um corte e ficou maior (durante a luta). Na hora a gente não sente nada por causa da vontade de ganhar”, explicou.

Maria Portela, que havia ficado sem medalha no individual, foi uma das atrações do Brasil. Na semifinal e na final, entrou no tatame precisando vencer para que o Brasil seguisse com chances de avançar na competição. “Somos uma equipe. Se uma não conseguiu, temos que fazer nossa parte. Eu sempre entro dando meu máximo e, por acaso, sempre tive que empatar as lutas. Fico feliz que consegui”, disse. Dona de um estilo guerreiro, a gaúcha sempre bate no peito quando entra na área de combate. “Eu sempre quero mostrar força para elas (colegas da equipe). Quando entramos, precisamos superar tudo. Eu sou raça pura, coração mesmo”, afirmou.

Masculino fora

No masculino, o Brasil foi eliminado logo na primeira fase da disputa por equipes. Apesar das vitórias dos brasileiros Charles Chibana, sobre Sebastian Seidl, e Victor Penalber, ante Sven Maresche, a Alemanha fechou em 3 x 2 a série. Bruno Mendonça foi derrotado por Igor Wandtke, Eduardo Bettoni perdeu para Marc Odenthal e Rafael Silva, na luta decisiva, não conseguiu superar Andreas Toelzer.

Após a eliminação, o coordenador técnico da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Ney Wilson, destacou o talento da equipe, mas admitiu que os resultados dos atletas masculinos não foram o esperado. “Alguns não tiveram o resultado que poderiam ter. É uma equipe jovem e talentosa e merece crédito”, disse. Sobre a eliminação precoce na disputa por equipes, o técnico explicou que a atuação individual pode ter prejudicado durante a disputa coletiva. “Dentro dessa competição, talvez os resultados no individual tenha influenciado o resultado por equipes”, afirmou.

Fonte: Ministério do Esporte