Coleta de assinaturas para CPI da corrupção tucana começa hoje

Petistas na Câmara e no Senado começam a coletar na segunda-feira (19) as assinaturas necessárias para criar a CPI mista da Siemens. O alvo principal da investigação é o esquema denunciado pela empresa alemã sobre a formação de um cartel para fraudar licitações do metrô em São Paulo e no Distrito Federal.


Metrô cheio / Foto: Caio Guatelli-Folha Imagem

De acordo com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que ficará responsável pela coleta de assinaturas dos deputados, a bancada petista na Câmara fechou o texto pedindo a investigação sobre a denúncia de formação de cartel em São Paulo, corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. “Acho que não vai ser difícil conseguir assinaturas, temos o apoio de partidos da base”, garantiu o deputado.

Inicialmente, a ideia dos petistas era apresentar o pedido na Câmara. No entanto, com duas CPIs em funcionamento e outras duas autorizadas, o requerimento iria para uma fila com outras 17 comissões. Somente cinco podem funcionar ao mesmo tempo na Casa. Por isso, passaram a articular a investigação mista. Atualmente no Congresso não existe nenhuma comissão autorizada a funcionar. São necessárias as assinaturas de pelo menos 171 deputados e 27 senadores.

A Siemens denunciou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um esquema de fraude em licitações para construção do metrô paulistano e para a manutenção dos trens no Distrito Federal. Em troca de entregar as empresas participantes e documentos, ganhou imunidade em um processo. Em valores atualizados, os contratos passam de R$ 1,9 bilhão.

Os contratos assinados inicialmente atingem administrações do PSDB em São Paulo e do ex-governador José Roberto Arruda no Distrito Federal, na época no DEM, que foi preso em 2010 acusado de tentar subornar uma testemunha da Operação Caixa de Pandora. No entanto, apareceram denúncias de irregularidades em Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS).

Quando surgiu a denúncia em São Paulo, petistas chamaram o caso como “trensalão” como uma resposta ao mensalão, que voltou a ser julgado nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “A primeira coisa [a fazer] é uma investigação. Não dá para fazer um pré-julgamento político”, comentou Teixeira.

Com informações de Congresso em Foco