Bacalhau da Amazônia: Produção pode chegar a 350 toneladas

Dentro de dois meses, a comunidade ribeirinha da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, no interior amazonense, irá se preparar para fazer a pesca do pirarucu. Cerca de 350 toneladas desse peixe, considerado um dos maiores da Amazônia, chegarão ao mercado local com o nome de "bacalhau".

Há três anos, a comunidade de Mamirauá foi envolvida em um projeto do governo estadual na implantação de uma fábrica de salga do pirarucu (a Agroindústria de Maraã) dentro da reserva, capaz de produzir 1.500 toneladas de peixe por ano. A capacidade está prevista para subir para 5.000 toneladas por ano com a inauguração, em outubro, de uma unidade localizada no município de Fonte Boa (AM).

"É um passo importante para a produção regional do Amazonas, ainda muito dependente da Zona Franca de Manaus", diz Eron Bezerra, da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) e deputado estadual pelo PCdoB do Amazonas.

Segundo ele, “o objetivo é expandir o mercado do bacalhau produzido no Amazonas. É um desafio para nós, mas poderemos ano que vem já fornecer o produto para outros países. Queremos enviar bacalhau da Amazônia até para a Noruega”.

O pirarucu proveniente da agroindústria chega ao mercado com a marca "Bacalhau da Amazônia". Por enquanto, o produto só pode ser comercializado no Estado (preço final de R$ 20 a R$ 25 por quilo) pela falta do carimbo do SIF (Serviço de Inspeção Sanitária).

Na reserva, a pesca é controlada

A retirada do pirarucu na reserva de Mamirauá é feita de forma controlada. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) fica responsável pela determinação de uma cota anual de pesca, que se baseia na evolução da população de pirarucus.

Só é permitido retirar 30% dos adultos contados no levantamento feito todos os anos de estoques de peixes, para que não se corra o risco de pesca em excesso. O pirarucu, que pode chegar a 200 kg, corre risco de extinção por conta desse exagero. Por lei, a pesca só é permitida entre outubro e dezembro.

Produção de Bacalhau poderá ser ainda maior

O município amazonense de Maraã tem potencial para movimentar ainda mais a fábrica ali instalada. Os 2.481 peixes que geraram a produção da safra 2012 foram retirados de apenas dois lagos, de centenas existentes na região. A quantidade de pescado processado ainda não corresponde a 10% da capacidade da fábrica, preparada para beneficiar 1500 toneladas anuais.

Com informações do UOL