Turquia condena deposição de Mursi no Egito e suspende acordos

No contexto em que o Egito encontra-se, imerso na violência nos sucessivos protestos, a Turquia suspendeu a realização de vários acordos com o país norte-africano, nesta terça-feira (30). O governo turco qualificou de “golpe de Estado” a destituição do presidente egípcio Mohamad Mursi pelo Exército do país, no começo deste mês.

Primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan - Umit Bektas/Reuters

A notícia foi publicada pelo diário turco Sabah, que agregou a informação de que o governo de Ancara tomou a decisão pelos recentes acontecimentos no Egito. O governo turco, além disso, ordenou a suspensão das viagens marítimas do Porto de Iskenderun, na província turca de Hatay, a Port Said, situada no norte do Egito.

Ancara também afirmou que o novo governo do Egito não é legítimo, e congelou os acordos bilaterais nos âmbitos do transporte, a educação e a saúde, assim como a entrega de veículos aéreos não tripulados turcos, do protótipo Anka.

De qualquer forma, houve certa tensão nas relações turco-egípcias, motivo pelo qual o novo embaixador turco para o Egito, Ahmet Yıldız, evitou viajar ao Cairo no dia 4 de julho, um dia após a destituição de Mursi, para apresentar as suas credenciais ao governo interino das Forças Armadas.

No marco da viagem do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan ao Egito, realizada no ano passado, as autoridades de ambos os países assinaram quase 30 acordos de cooperação em diferentes campos de interesse comum.

Entretanto, também fica a interrogante sobre a conduta da própria Turquia que, ao condenar a violência nas ruas do Cairo (neste fim de semana, 72 pessoas foram mortas em protestos pró-Mursi), põe de lado a sua própria situação, quando no mês passado a repressão da polícia autorizada pelo governo contra diversos protestos também deixou várias vítimas.

Com informações da HispanTV