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Pablo Vazquez: saúde pública com qualidade para o povo brasileiro

O governo brasileiro tem conseguido melhorar a economia do nosso país no cenário mundial, no entanto, não vemos isto se traduzir na área da saúde. O clamor do movimento das ruas teve o mérito de chamar a atenção dos governantes para as reformas estruturais e entre elas está a saúde.

Por Pablo Vazquez Queimadelos*

Existem inúmeros fatores que contribuem para essa situação. Um dos mais importantes é o subfinanciamento, o nosso país investe menos que a Argentina, o Uruguai e o Chile.

A Emenda 29 foi aprovada, mas o financiamento foi retirado e o Ministro da Saúde ficou omisso.
As faculdades públicas e privadas de medicina sofrem com as condições de ensino. A Universidade Gama Filho não tem Hospital Escola e os professores estavam em greve no início do ano, quando o vínculo do aluno com a universidade se restringia ao boleto bancário. Os estudantes se organizaram e junto com a UNE foram protestar na ALERJ e no MEC. Vale a pena dizer que a primeira reação do MEC à manifestação dos estudantes era a de mandá-los reclamar no Procon. Que absurdo chega a visão liberal de parte do governo!

Por que é fraca a interiorização dos médicos?

Porque apesar de algumas prefeituras oferecerem salários atrativos o médico fica na dependência do prefeito, que no decorrer do tempo não oferece o salário prometido nem condições de trabalho minimamente aceitáveis. Por isso as entidades médicas defendem a carreira de Estado com vínculo federal para os médicos e profissionais de saúde para oferecer saúde com qualidade em todo o território nacional.

Mas infelizmente o governo cinicamente quer optar por alternativas tampão, superficiais e mentirosas.
Ora fala de importar médicos estrangeiros sem revalidação como se estivéssemos num país “República das Bananas”, pois nos outros países é exigida a revalidação para os médicos estrangeiros, já que os outros governos se preocupam com a qualidade dos médicos que querem ir para lá.
Ora se fala de jogar os estudantes de medicina no interior sem supervisão.

Em relação à regulação da medicina, é dito que os médicos fazem defesa corporativa, mas não é dito que todas as profissões da saúde estão regulamentadas, menos a medicina e que ela é importante para definir a responsabilidade do médico para dar transparência às ações de saúde, não por se considerar melhor, mas porque as ações são multiprofissionais e deve ficar muito clara a responsabilidade de cada um, até para facilitar a integração.

Parece que o governo escolheu para Judas o médico, talvez seja mais fácil para esconder a incompetência do Ministro da Saúde.

*Pablo Vazquez Quemadelos é militante do PCdoB no Rio de Janeiro.
**Título original: Saúde Pública com Qualidade para todo o Povo Brasileiro