Congresso dos EUA poderia fazer mais pela economia, diz Bernanke
Ben Bernanke, o presidente do Federal Reserve — o banco central dos Estados Unidos —, declarou que o Congresso americano poderia fazer mais para ajudar a economia do país, mas tem preferido focar seus esforços em reduzir o déficit federal. Bernanke disse isso, nesta quinta-feira (18), ao ser sabatinado pelos parlamentares do Comitê Bancário do Senado, em sua segunda audiência no Congresso, nesta semana.
Publicado 18/07/2013 18:07
A declaração foi uma resposta ao senador republicano Bob Corker (Tennessee), que o incitou a fazer uma avaliação sobre o papel do Congresso na recuperação econômica dos EUA.
Segundo Bernanke, os legisladores gastaram muita energia aumentando impostos e promovendo cortes de gastos, num momento em que a economia crescia modestamente. Como consequência, isso pode frear o crescimento da economia em 1,5 ponto percentual este ano, afirmou o presidente do Fed.
Ele acrescentou que de nada adiantava o Fed fazer o seu papel, mexendo na taxa de juros ou tomando outras medidas, se o Congresso não seguisse políticas mais adequadas ao momento.
"No entanto, não creio que seja o meu papel ou o do Fed forçar o Congresso a tomar essas medidas", disse Bernanke.
Corker reconheceu que o Congresso tem confiado mais ao Fed a tarefa de ajudar a impulsionar a economia americana, em vez de tomar medidas para ajudar.
A maioria dos comentários desta quinta-feira de Bernanke sobre as políticas do Fed estavam em linha com seu testemunho de quarta (17), ante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara.
Bernanke reiterou que os esforços do Fed, para estimular a economia, até agora, têm levado em consideração a saúde do mercado de trabalho e o controle da inflação.
O presidente do Fed também reafirmou que não havia nenhuma agenda pré-definida para desativar gradualmente o programa de compra de US$ 85 bilhões mensais em títulos de dívida, uma vez que isso só ocorrerá conforme a performance da economia americana.
Ele também disse que o banco central americano poderia manter sua taxa básica de juros de curto prazo perto de zero, mesmo depois de o desemprego cair abaixo de 6,5% da população economicamente ativa.
Segundo Bernanke, um dos motivos que levaria o Fed a manter a taxa básica de juros de curto prazo próxima a zero seria se a inflação não conseguir se aproximar da meta de 2% ao ano, estipulada pelo banco. A política de juros baixos do Fed estimulou a recuperação do mercado acionário e incentivou mais empréstimos e gastos.
Fonte: Valor Econômico