Alcides Amazonas: a verdade sobre a Lei dos Cobradores

O Brasil vive um momento inédito: nunca o transporte público e a mobilidade urbana foram tão discutidos. As manifestações pela redução da passagem levaram as autoridades a olharem a questão com mais atenção e a tomarem resoluções com maior rapidez.

Por Alcides Amazonas*, em seu Portal

No entanto, também houve boatos e falsas polêmicas, como o fim dos cobradores. Nos dias que antecederam o anúncio da queda da tarifa, foi divulgado que o prefeito Fernando Haddad poderia acabar com a função para compensar o abatimento de R$ 0,20.

A categoria se mobilizou e me procurou para interceder a seu favor junto à administração municipal. Nossa movimentação levou o prefeito a reafirmar categoricamente por meio de nota: “não existe plano ou intenção de extinguir a função do cobrador de ônibus, cuja atividade é assegurada pela lei municipal 13.207/01”. Esta lei, de minha autoria quando fui vereador, garantiu cerca de 20 mil postos de trabalho.

Mais recentemente, em meio à disputa pela presidência do Sindicato dos Motoristas – do qual os cobradores também fazem parte – uma minoria tentou fazer a categoria acreditar que a redação da lei não garantiria seu emprego. Mas, a realidade se impôs mostrando a falsidade desta tese. Afinal, o primeiro artigo da lei é claro: “os ônibus que integram o sistema de transporte coletivo (…) deverão ter, no mínimo, um funcionário, além do motorista, para fins de orientação e auxílio ao usuário, além da cobrança da passagem”.

Casos como estes mostram que bandeiras justas – como a queda da tarifa e a melhoria nos transportes – ou disputas políticas legítimas são muitas vezes instrumentalizadas por setores interessados em aumentar seus lucros. É preciso que os trabalhadores permaneçam unidos e repudiem manobras que desrespeitam a vida de milhares de pais e mães de família e visam à redução de seus direitos.

*É deputado estadual pelo PCdoB em São Paulo.

**Artigo originalmente publicado no jornal Metrô News de 05 de julho de 2013