Lopes quer reforma política com povo e sem influência econômica 

“A reforma política precisa reforçar a participação popular e diminuir a influência econômica nas eleições. Deve vir para garantir melhor representação da sociedade, presença de todas as visões ideológicas e sociais, diminuindo a influência do grande capital nas eleições e possibilitando o exercício do voto, de forma livre”, afirma o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE-foto), ao manifestar apoio ao plebiscito para que o povo defina os princípios a serem seguidos para uma reforma política no Brasil.

Para o deputado, o plebiscito deve ser claro e compreensível para a população, trazendo perguntas sobre os principais aspectos a serem modificados, como financiamento de campanhas e sistema eleitoral.

Lopes alerta, porém, para a exiguidade de prazo para a viabilização do plebiscito. E ressalta que a sociedade precisa estar atenta para que a reforma política venha para democratizar, garantir participação popular e pluralidade de representação, e não para restringir essa participação.

Apesar do pouco tempo para a realização de um plebiscito cujo resultado seja válido já para as eleições de 2014, Chico Lopes considera que se trata do melhor caminho, em contraste com outras propostas, como a de um referendo ou de uma comissão do próprio Congresso Nacional se encarregar de elaborar a proposta de reforma.

“Apoiamos a proposta da presidenta Dilma por acreditar que a voz do povo, que se manifestou nas ruas em todo o País, com uma enorme presença, deve ser atentamente escutada e respondida. Além da melhoria dos serviços públicos e da garantia de mais qualidade de vida, as manifestações deixaram claro um desejo de avançar de forma progressista, não andando pra trás com a pauta conservadora da direita”, opina o parlamentar.

Segundo ele ainda, “o avanço tem que ser popular, democrático, e isso inclui uma reforma política que facilite a participação do povo e torne as eleições mais justas e igualitárias. Por isso sempre defendemos o financiamento público de campanha, para tornar mais justa a concorrência entre os candidatos e para uma maior isenção dos candidatos eleitos”, aponta.

Contra o fim das coligações

“Já a possibilidade de fim das coligações proporcionais traria graves prejuízos à democracia, favorecendo apenas os partidos de maior porte e comprometendo a representatividade”, avalia, sobre um dos pontos sugeridos para consulta via plebiscito.

“A população precisa ter clareza quanto a essa escolha, ao que ela representa. A quem interessa termos uma democracia de pouquíssimos partidos, como acontece em alguns países?”, questiona Chico Lopes.

Da Redação em Brasília
Fonte: Ass. Dep. Chico Lopes