Evo Morales: “Fazemos parte de um povo que tem dignidade”

O presidente boliviano, Evo Morales, assegurou na sua chegada a La Paz, nesta quarta-feira (3), procedente da Europa, que o imperialismo norte-americano nunca conseguirá intimidá-lo porque faz parte de um povo que tem dignidade.

Evo Morales - Efe

Depois de passar em revista as tropas que o aguardavam no aeroporto militar de El Alto e saudar as autoridades e diplomatas que o esperavam, o chefe de Estado ressaltou que o que ocorreu na Europa foi uma provocação aberta do imperialismo norte-americano e destacou que "nunca vão intimidar-nos, porque fazemos parte de um povo que tem dignidade".

"Quero expressar nossa enorme satisfação agradecimento ao povo boliviano, por essa reação imediata diante dessa tentativa do império de nos amedrontar", ressaltou Evo.

O presidente boliviano contou detalhes do que ocorreu enquanto sobrevoava a Europa com destino à Bolívia: "No dia de ontem (2), depois da reunião que tive com o presidente russo, Vladimir Putin, retornávamos muito satisfeitos, muito contentes, porque foi uma excelente reunião…quando os pilotos nos disseram que não podíamos sobrevoar a França".

"Informam-nos que nos impediam o ingresso ao território e nos obrigavam a retornar à Rússia, e logo decidimos retornar em caráter emergencial a Viena, Áustria", explicou o mandatário.

Morales considerou os fatos como "uma provocação aberta ao continente por parte do imperialismo norte-americano" e acrescentou que "não estamos no tempo de impérios nem de colônias. É tempo dos povos que resistem às invasões, aos saques de nossos recursos naturais".

"Vi de perto como muitas potências se reúnem para planificar políticas que só matam de fome enquanto pensam em guerras. Essas políticas vão terminar… porque há um profundo sentimento pela libertação dos povo do mundo".

O presidente ressaltou que "as mobilizações na Nicarágua, Equador, Argentina… em muitos países se mobilizaram com urgência contra essa detenção de mais de 13 horas em um país europeu".

Por último, Evo insistiu em que "não posso entender como puderam deter um avião, desviá-lo, obriga-lo a aterrissar em caráter emergencial”. Ao mesmo tempo, Evo recomendou que alguns países da Europa "se libertem do império norte-americano".

Prensa Latina