EUA: FBI reconhece que espiona o próprio país com drones

O diretor do Bureau Federal de Investigações (FBI) Robert Mueller, reconheceu nesta quarta-feira (19) no Senado que essa agência utiliza aviões teleguiados (drones) em missões de vigilância dentro dos Estados Unidos.

Durante uma audiência no Comitê Judicial do Senado, Mueller acrescentou que esses aparelhos são usados "só em investigações específicas", e disse ter dúvidas sobre a existência de acordos com o Pentágono e outras agências federais para receber ajuda, informou o site The Huffington Post.

O diretor afirmou que o FBI estava começando a desenvolver linhas gerais para proteger a privacidade dos estadunidenses e equilibrar as preocupações sobre as liberdades civis com as necessidades de enfrentar as ameaças à segurança nacional do país.

Por sua vez, a senadora democrata Dianne Feinstein disse a Mueller que o uso destes artefatos representa uma ameaça direta à privacidade dos cidadãos estadunidenses, sobre a qual existem muito poucas regulações. Tudo isso no meio de um auge sem precedentes na produção e comercialização dos drones.

Meios de comunicação revelaram em fevereiro um memorando de 16 páginas assinado pelo Promotor Geral dos Estados Unidos, Eric Holder, que considera o uso de drones contra cidadãos uma medida legal, se eles conspirarem e cooperarem com organizações extremistas inimigas de Washington.

As forças policiais em vários territórios dos EUA preparam as condições para o uso dessas aeronaves, mas organizações como a União de Liberdades Civis dos Estados Unidos (ACLU) denunciaram esta consideração como uma violação descarada dos direitos constitucionais.

A Assembleia legislativa do estado de Virginia aprovou recentemente uma lei que determina que as agências governamentais estão proibidas de usar drones nesse estado, e projetos parecidos são discutidos em Montana, Maine, Oklahoma, Missouri, Dakota do Norte, Nebraska, Flórida, Oregon e Califórnia.

Fonte: Prensa Latina