Parlamentar russo denuncia "mentiras" dos EUA sobre governo sírio

O chefe do Comitê de Relações Exteriores da Duma, a câmara baixa do parlamento russo, Alexei Pushkov, reagiu nesta sexta-feira (14) às declarações de autoridades estadunidenses que acusavam a Síria de usar armas químicas, qualificando-as de “mentiras”. O parlamentar respondeu através do Twitter às declarações de Ben Rhodes, assessor adjunto para a Segurança Nacional do presidente dos EUA, que acusavam Damasco de ter cruzado a “linha vermelha” de Washington ao supostamente usar armas químicas.

Armas químicas mentira - Rojhat Azad / Infowars

Nesta direção, Pushkov afirmou que as informações sobre o uso de armas químicas por parte do governo do presidente Bashar Al-Assad são tão falsas quando “as mentiras sobre as armas de destruição massiva do [presidente iraquiano Saddam] Hussein”.

Antes de os Estados Unidos invadirem o Iraque, em 2003, o governo norte-americano apresentou à Organização das Nações Unidas (ONU) e à comunidade internacional relatórios realizados por seus serviços de inteligência, em que afirmava que o regime do ex-presidente iraquiano, Saddam Hussein, possuía armas de destruição em massa, incluindo gás neurológico (o sarin), mísseis balísticos e um programa de armas nucleares.

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Depois de Washington justificar assim a invasão do Iraque, as supostas armas nunca foram encontradas e muitos analistas e integrantes do governo do ex-presidente George W. Bush, que conduziu a invasão, admitiram não haver evidências sobre a existência do programa mencionado.

Neste sentido, Pushkov insistiu em que o presidente dos EUA Barack Obama “está tomando o mesmo caminho” do ex-presidente estadunidense, ao acusar sem provas o governo de Assad. Missões independentes de investigação já estiveram na Síria e concluíram também não haver evidências sobre o emprego de armas químicas por parte do governo, mas sim indícios deste uso por parte dos grupos rebeldes, afirmação que o governo já havia feito, pedindo a investigação da ONU.

A Rússia tem sido um dos principais defensores do diálogo político nacional para a solução do conflito na Síria, opondo-se constantemente contra qualquer ingerência ou intervenção no país.

Com informações da HispanTV