Facebook e Google negam apoiar espionagem dos EUA

Executivos das empresas Google e Facebook negaram que tenham permitido ao governo estadunidense realizar trabalhos de espionagem por meio de seus servidores na internet, segundo afirmaram nesta segunda-feira a meios de comunicação.

Um dos fundadores do Google, Larry Page, negou em seu blog a participação em qualquer programa que permita as agências estadunidenses ou de outro país o acesso aos servidores, em resposta a acusações nesse sentido que apareceram nos últimos dias em diferentes meios.

Além disso, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que sua rede social está "solidamente" protegida de toda tentativa de acesso direto aos dados de seus usuários.

As declarações desses empresários acontecem após as denúncias nessa semana nos jornais The Washington Post e no britânico The Guardian que revelam a existência de um sistema chamado PRISM, através do qual a Agência Nacional de Segurança (NSA, por suas siglas em inglês) estadunidense tem acesso direto a dados de usuários em grandes consórcios da Internet.

Outras empresas citadas por esses meios incluem a Apple, Microsoft e Yahoo, o que ameaça se converter em um novo escândalo para a Casa Branca, pois joga demonstra a ação da Lei Patriota, um regulamento restritivo dos direitos das pessoas nos Estados Unidos e cujo alcance ainda hoje não está claro para os estadunidenses.

Com relação ao assunto, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, denunciou de Londres o que chamou de colapso catastrófico do direito nos Estados Unidos, pelas atividades de espionagem das comunicações telefônicas e internet reveladas.

Ontem, o presidente Barack Obama defendeu a legalidade desses programas, com o argumento de que servem à suposta luta contra o terrorismo.

Sobre o assunto, um artigo publicado nesta segunda-feira (10) no jornal The New York Times amplia as dúvidas sobre o caso, ao assegurar que muitas empresas cooperam de certa forma com os programas de vigilância secreta do governo, inclusive aceitaram desenvolver meios técnicos mais eficientes e compartilhar de forma segura os dados pessoais dos usuários estrangeiros.

Segundo o jornal essas práticas ilustram o intrincado caminho utilizado pelo governo e pelas empresas de tecnologia para trabalharem juntos e a profundidade de suas operações por baixo dos panos.

Como parte das negociações para ajustar esses planos de controle nos últimos meses, Martin E. Dempsey, chefe do Estado Maior Conjunto, viajou ao Vale do Silício para reunir-se com os executivos, incluindo os do Facebook, Microsoft, Google e Intel.

Segundo disse uma fonte citada pelo jornal novaiorquino, ainda que o objetivo oficial dessas reuniões era discutir o futuro da Internet, as conversas também revelaram como as empresas deveriam colaborar com o governo em seus esforços de coletar informação de inteligência.

Apesar da negativa de muitas empresas de Internet envolvidas, o presidente executivo do Google, Larry Page, e seu diretor legal, David Drummond, admitiram que apenas proporcionam os dados de usuário aos governos unicamente de conformidade com a lei.

Fonte: Prensa Latina