CIA não tem identificação de 25% das vítimas fatais de drones

Segundo um informe exclusivo emitido nesta quinta-feira (6) pela cadeia de televisão estadunidense NBC, a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), que opera a maioria dos ataques aéreos dos aviões teledirigidos (drones) no Paquistão, não conseguiu confirmar as identidades de um quarto das pessoas assassinadas pelos ataques em um período de 14 meses, entre o ano 2010 e 2011. O descaso e a continuidade das operações têm causado a revolta dos paquistaneses contra os EUA.

Drones no Paquistão - AFP / Getty Images

Em uma revisão de documentos classificados pela inteligência estadunidense, o informe revelou que a CIA nem sempre sabia a identidade dos indivíduos atacados e assassinados em ataques com aviões não tripulados (drones) no Paquistão.

McClatchy, uma das maiores empresas editoras de jornais dos Estados Unidos, informou em maio, citando cópias dos arquivos de inteligência estadunidense, que a CIA teria matado centenas de pessoas não identificadas tanto no Paquistão como no Afeganistão, através dos ataques de drones.

 
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Um estudo realizado em setembro de 2012 pelas universidades estadunidenses de Stanford e Nova York, também revelou que só 2% dos mortos nos ataques de drones estadunidenses no Paquistão eram suspeitos de participação em grupos terroristas.

Nawaz Sharif, em seu primeiro discurso apresentado nesta quarta-feira (5) como o novo primeiro-ministro do Paquistão, pediu o fim dos ataques dos aviões não tripulados estadunidenses.

Os ataques e a falta de resposta efetiva para o fim das mortes civis por parte dos EUA têm causado a resposta revoltada dos cidadãos paquistaneses, que já pediram ao seu próprio governo que termine a parceria com os estadunidenses em questões militares.

De acordo com o Governo de Islamabad, desde agosto de 2008, os drones dos EUA realizaram 300 bombardeios que tiveram como resultado a morte de mais de duas mil pessoas.

Com informações da HispanTV