“Não há projeto de nação sem investimento em Educação”

Em entrevista à Rádio Vermelho, Virgínia Barros (Vic), a nova presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), eleita no 53º Congresso da entidade realizado em Goiânia, no último domingo (2), sinalizou a agenda de luta da UNE para os próximos meses e declarou que "para atingirmos o projeto de Brasil que tanto queremos é preciso que o Estado amplie os recursos para a educação".

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo

Em entrevista, Vic destaca que desde a sua origem, a UNE possui uma história de luta, de defesa do Brasil e do povo brasileiro e que sempre norteou suas ações no cenário político do país. "Saliento ainda que a nossa entidade reúne as mais democráticas qualidades da juventude brasileira e a nossa perspectiva é fortalecer esse posicionamento ainda mais".

Para os desafios que virão, a presidenta disse que o objetivo da nova gestão é ampliar e aprofundar as conquistas alcançadas nos últimos dois anos. Segundo ela, essa estratégia começará pelas salas de aula, nas universidades e nas ruas do país. “Voltaremos a tomar as ruas reapresentando as nossas bandeiras. Estamos preparados para reiniciar nossa jornada de consolidação de algumas conquistas e obter outras novas”.

Vic lembrou que “a última gestão da UNE conquistou os 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para educação pública na Câmara dos Deputados, o projeto está em tramitação no Senado Federal, e o relatório apresentado demonstra retrocessos que nós iremos combater”.

A presidenta explica que da forma como o texto está não direciona os 10% do PIB para a educação 'pública', mas o contrário, abre espaço para investimento público em outros setores que não nas escolas e universidades federais. “A UNE está atenta e irá atuar nesta questão”, sinalizou a dirigente.

Privatização da educação

Vic também comentou que a UNE está na luta contra o processo de privatização da educação no Brasil. “Quando afirmamos que lutamos por desenvolvimento e soberania do país é porque entre as pautas mais amplas está a luta para barrar a entrada violenta de capital estrangeiro no país”.

Ela esclareceu que hoje “existem milhões de universitários brasileiros que estudam em instituições de composição, majoritariamente, estrangeiros, que maximizar os seus lucros rebaixam substancialmente a qualidade do ensino, demitem professores com mestrado e doutorado, ampliam a participação de ensino a distancia na grade, precarizam a estrutura da instituição”.

A nova presidenta ressalta que “a UNE combate essa ação, pois entendemos que tal postura coloca a universidade brasileira em um caminho desvirtuado daquele que é o principal, que é ter uma universidade voltado para a construção de um projeto de nação”.

Jornada de Lutas

A presidenta também destacou a preparação da próxima Jornada de Lutas que será realização pelo movimento estudantil em Agosto próximo (mês dos estudantes).

Segundo ela, além da luta pela Reforma Política, da Mídia, da Lei de Anistia, a jornada irá reforçar a luta pela ampliação dos investimentos em Educação; a valorização dos profissionais da área; reforçar a luta pelo petróleo e contra os leilões, com a defesa dos 50% do fundo social do Pré-Sal e 100% dos royalties para a educação; uma política macroeconômica que esteja a serviço da Nação; entre outras lutas.

Sobre a sua atuação à frente da entidade, a nova presidenta da UNE deu o tom: "para atingirmos o projeto de Brasil que tanto queremos é preciso que o Estado amplie os recursos para a educação. Não há projeto de nação sem Educação valorizada”, acrescenta.

Ouça a íntegra da entrevista na Rádio Vermelho: