França anuncia intenção de comprar drones de combate
O ministro de Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, confirmou nesta sexta-feira (31) que seu país pretende comprar aviões não tripulados, do tipo dos chamados drones, equipados para tarefas de ataque e combate.
Publicado 31/05/2013 16:04
A força armada francesa possui atualmente um par desses artefatos de uso exclusivo em missões de vigilância, que vem sendo usados no Afeganistão e também durante a intervenção militar no Mali, disse o titular.
Segundo Le Drian, esses aparelhos envelheceram e é imperativo se equipar com os que chamou de "peças mestres nas guerras do futuro", isto é, aparelhos armados dirigidos de lugares remotos.
Desde 2012 a França assinou com o Reino Unido, seu principal sócio no terreno militar, um acordo para a produção conjunta de drones tipo Watchkeeper, que contam com um sofisticado sistema de radar e visor a laser para identificar e perseguir objetivos móveis.
Além disso, disse o ministro, estamos estudando as ofertas para comprar estes aviões não tripulados de combate em Israel, onde são fabricados os Héron-TP, e nos Estados Unidos, que oferecem os Reaper.
França dá este passo na corrida armamentista apesar da grave crise que assola sua economia, em fase de recessão este ano e com possibilidades muito escassas de crescimento significativo em 2014.
Por outra parte, os drones são objeto de múltiplas críticas pelo elevado número de vítimas inocentes no Afeganistão, Iêmen e Paquistão, onde os Estados Unidos os utilizam com frequência.
De acordo com os especialistas, é praticamente impossível distinguir, de uma tela localizada a uma grande distância, entre um combatente e um civil.
O filósofo Grégoire Chamayou advertiu recentemente sobre os perigos jurídicos, éticos e políticos desta tecnologia, que viola os princípios reconhecidos no direito internacional em matéria de enfrentamento armado.
Além dos danos à população civil, que deve ser resguardada por todos os meios possíveis, os drones passam por cima do acordo para limitar o uso de armas de guerra estritamente às zonas de conflito, alertou Chamayou.
A Organização das Nações Unidas pediu a seus membros que façam uma pausa na pesquisa e desenvolvimento dos também denominados "robôs letais autônomos" devido à ausência de regras claras e de um marco legal adequado.
O relator especial sobre as execuções arbitrárias, sumárias e extrajudiciais, Christof Heyns, alertou que o uso dessas máquinas é inaceitável porque é impossível introduzir um sistema legal de pestração de contas pela ação desses aparelhos.
Fonte: Prensa Latina