Encontro de Combate ao Racismo mobiliza militantes do PCdoB-BA

Mais de 150 pessoas atenderam ao chamado do PCdoB-BA e lotaram o auditório do Hotel Sol Vitória Marina, em Salvador, para o Encontro Estadual de Combate ao Racismo, que aconteceu durante todo este sábado (25/5). A intenção foi de promover um debate sobre o tema e levar o posicionamento dos baianos ao 13º Congresso Nacional, que acontece em novembro.

Organizado pela coordenadora estadual de Combate ao Racismo do PCdoB, Olívia Santana, o evento contou com a participação, durante a manhã, da deputada Alice Portugal; dos vereadores de Salvador, Aladilce e Everaldo Augusto; do representante do Comitê Central, Haroldo Lima; e dos dirigentes estaduais Julieta Palmeira, Daniele Costa e Péricles de Souza.

Entre o público, estavam militantes, dirigentes sindicais, estudiosos, artistas e simpatizantes da causa. Apesar da grande procura pela discussão, Olívia destacou que o evento foi, sobretudo, uma reflexão interna do partido.

“Precisamos promover a organização da população negra em todos os espaços onde os nossos militantes estão”, disse a coordenadora. Para ela, o projeto político iniciado pelo ex-presidente Lula, que completa 10 anos em 2013, foi muito importante para a luta antiracista, mas há muito ainda para ser feito.

“A cor predominante nos espaços de poder e prestígio social é branca. Por isso, temos que colocar o dedo na ferida. Não bastam as ações afirmativas. Precisamos também de uma reforma política porque sem caneta [na mão], não há condições de promover astransformações”, afirmou Olívia.

Estatísticas

Para revelar a situação dos afrodescendentes no Brasil e, em especial na Bahia, foi convidado o representante do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Joilson Souza, a partir de uma comparação com as outras etnias. Pelas últimas pesquisas, ele confirmou que há uma visível desigualdade entre os que se declaram de cor negra, incluindo parda, e de cor branca principalmente, no que se refere à renda e ao acesso à educação e trabalho.

25 de maio

A reunião também celebrou o 25 de maio, data que marca a luta da África pela independência de seus países, com a criação da OUA (Organização da Unidade Africana), que completa 50 anos (1963-2013). O episódio foi lembrado por Haroldo Lima, que falou da influência dos heróis africanos para os comunistas brasileiros e da importância do PCdoB pautar as demandas da população negra.

“A luta do povo africano inspirou o movimento de esquerda e o combate estratégico ao racismo faz parte da luta emancipacionista, que é da agenda dos comunistas. O PCdoB tem, inclusive, um documento que guia a luta antirracista”, declarou o dirigente nacional.

Haroldo defendeu um projeto de desenvolvimento com distribuição de renda e desenvolvimento social. Ele considera que é preciso pensar a promoção da igualdade em três etapas, que são imprescindíveis. São elas: criação de políticas sociais, com o objetivo de diminuir a presença dos negros na base; estabelecimento de mecanismos de sustentabilidade das políticas; e pagamento da dívida histórica, que, segundo ele, ainda não foi paga.

O Encontro Estadual de Combate ao Racismo é o terceiro evento temático promovido pelo PCdoB-BA, em preparação para o 13º Congresso. Na semana passada, o partido debateu a situação das mulheres, nos 10 anos de governo democrático, depois de já ter debatido as políticas para o meio ambiente.

De Salvador,
Erikson Walla