Grupo Sarney quer o Maranhão de volta ao século XIX

 

Charge do cartunista Caju,
Mais uma semana de fatos simbólicos para quem deseja compreender as raízes do atraso maranhense.

Ao lançar um projeto que se dispôs a conversar com a população do Maranhão, a oposição passou a receber demandas de lideranças do interior do estado e da sociedade civil em geral.

Abandonada pelos políticos tradicionais, a população se apropriou da agenda pública dos líderes oposicionistas.

O resultado todo mundo vê: nos municípios por onde passam, deputados federais, estaduais, vereadores, liderados pelo presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB) são recebidos pela população com ansiedade para falar dos problemas e entusiasmo para discutir as soluções possíveis.

Nada mais natural e até saudável para o processo democrático que segmentos da classe política se predisponham a conversar com a população, sobretudo fora do calendário eleitoral, quando em vez de candidatos, os homens públicos se colocam verdadeiramente como agentes das questões de interesse do estado.

Nada mais natural também que o êxito no movimento organizado pela oposição, gerasse uma reação do grupo político que controla os poderes hegemônicos no estado.

O problema é que em vez de lutar na mesma arena legítima, buscando igualmente dialogar com a população, o governo do estado resolve agir pelos mecanismos opostos, tentando censurar, perseguir e acima de tudo criar um ambiente hostil e beligerante para tumultuar o estado.

De volta aos tempos do velho coronelato provinciano:

As ações para censurar e perseguir líderes oposicionistas chegam a níveis de provincianismo que soariam inverossímeis aos olhos e ouvidos de quem não vive no estado. Em Chapadinha, a governadora Roseana Sarney mobilizou aliados para, vejam-só, impedir que Flávio Dino recebesse o título de cidadão chapadinhense, proposto pelos vereadores do município.

A tentativa fracassou e a concessão do título a Flávio Dino foi facilmente aprovada na casa legislativa, que recebeu o presidente da EMBRATUR no último sábado (11) em movimentada sessão.

Mas a governadora não desistiu. Em Mata Roma, a prefeita do município que é do PMDB partido de Roseana Sarney, foi orientada a antecipar a festa do dia das mães do domingo (12), para o sábado (11). A festa, que distribui prêmios como atrativo para a participação da população, foi antecipada para o mesmo horário da reunião do movimento Diálogos pelo Maranhão, que contaria com a participação de Flávio Dino. O objetivo, obviamente, era esvaziar o evento oposicionista.

No mesmo fim de semana, os meios de comunicação do grupo Sarney foram orientados a atacar o presidente do diretório municipal do PCdoB, Márcio Jerry.

Na pauta de ataques a Jerry nada de denúncias relacionadas a atividade pública do dirigente do PCdoB, que é secretário de comunicação da prefeitura de São Luis. Os jornais da família Sarney ficaram profundamente incomodados com o fato de Márcio Jerry ser usuário ativo das redes sociais, instrumento que é usado por políticos no mundo inteiro para fazer o que deveria ser a essência da atividade pública: comunicar para a sociedade.

Cooptação, mandonismo e humilhação

Em outra frente, o grupo Sarney opera para constranger políticos e autoridades do interior, colocando-os em situações vexaminosas. Para obrigar um posicionamento público de aliança política, os prefeitos estão sendo assediados e obrigados a servir como plateia para um dos pré-candidatos do grupo Sarney ao governo, Luís Fernando Silva, secretário de infraestrutura.

Em sua passagem pela região de Imperatriz entre os dias 15 e 18, Luís Fernando, que chegou a inaugurar até programa federal de instalação de ambulâncias em hospitais da rede pública (SAMU), foi acompanhado por prefeitos da região, que colocados em uma VAN, tiveram que acompanhar e aplaudir todos os eventos dos quais o secretário participou.

O governo do estado, inconformado com a postura institucional dos prefeitos de oposição que procuram o governo para fazer parcerias institucionais, opera de todas as formas para transformar as parcerias em aliança política.

Onde não consegue usar dinheiro público para barganhar, o grupo Sarney tenta criar instabilidade política e falsos relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Exemplos emblemáticos estão na tentativa de cassar o diploma do prefeito de Barreirinhas, Léo Coutinho (PDT) e na tentativa de envolver a prefeita de Matões Sueli Pereira (PCdoB) em casos de licitação irregular.

Mais ações de censura, cooptação, chantagem e inverdades vem por aí. O propósito é um só: barrar as atividades do movimento político que pela primeira vez na história do estado se mobiliza para crescer a partir do diálogo com as bases populares.

Fonte: MA da Gente