Síria é vítima de uma agressão internacional, diz ministro

Para o ministro sírio da Informação, Omran al-Zoabi, seu país é hoje vítima de uma agressão internacional e necessita do apoio de países amigos para pôr fim a essa guerra. Mas, de todas as maneiras, assegurou que o povo e o Exército lutarão até a última gota de sangue.

"Não resta outra alternativa senão defender a pátria diante do complô de potências ocidentais e governos do Oriente Médio que armaram e financiaram bandos mercenários que estão destruindo a nação e pretendem derrocar um governo constitucional", afirmou al-Zoabi em declarações à agência cubana Prensa Latina.

Sobre a agressão de Israel na madrugada de 5 de maio, explicou que os aviões lançaram desde o espaço aéreo do Líbano e territórios palestinos ocupados, mísseis contra unidades militares em torno de Damasco, sem penetrar no território nacional.

Explicou, contudo, que a potência das explosões, o impacto que alguns cidadãos sentiram como um terremoto de cerca de quatro graus e características das chamas, fazem pensar que foram usados foguetes de última geração, os quais emitiram um impulso eletromagnético para bloquear os sistemas de detecção e defesa.

"De igual forma, estão sendo investigados os fortes indícios sobre o uso de urânio empobrecido nos ataques", acrescentou.

O ministro analisou que a operação correspondeu a um plano combinado com os bandos opositores, os quais desde semanas antes atacaram aeroportos militares e tentaram quebrar as defesas antiaéreas do país, como passo anterior à incursão aérea e possíveis bombardeios e invasão militar externa.

No momento da incursão, estavam agrupados na parte oriental no entorno de Damasco milhares de combatentes irregulares que pretendiam realizar um assalto para tomar a cidade; entretanto as tropas oficiais bateram centenas deles e os fizeram retroceder, enquanto que um grande número se entregou às autoridades, assinalou.

"Temos provas e sabemos que foi uma operação planificada com assessoria militar estrangeira, pois em Dareia, localidade próxima a Damasco, capturamos oficiais estrangeiros com planos para assessorar as tropas irregulares", agregou o ministro.

"Diante do fracasso do plano de derrocar o governo, que se manteve firme e conquista avanços ofensivos, alguns estão apostando na abertura de novas frentes, uma das quais poderia ser forçar o país a uma guerra com Israel para alcançar seus objetivos por outras vias", enfatizou.

"Embora o povo esteja indignado e exija uma resposta drástica, evitaremos cair em provocações e jogar o jogo que os agentes externos planificaram, porque a política de um Estado não pode basear-se em impulsos", avaliou.

O ministro sírio reiterou, porém, que a nação não tolerará um ataque similar e que a ordem está dada para responder, sem importar as consequências.

Segundo ele, no início do conflito em março de 2011, produziu-se certa confusão sobre o que estava ocorrendo no país, o que levou muitos a catalogá-lo como parte da chamada Primavera Árabe.

"O conceito de primavera está bem longe de ser verdadeiro se se tem em conta que o que aconteceu na Líbia foi um ataque por parte dos Estados Unidos e da Otan; na Tunísia foi um movimento preparado por serviços de inteligência externos, enquanto no Egito foi perpetrado um golpe de Estado", opinou.

A Síria é um caso diferente, com características históricas, políticas, culturais distintas: é o único país da região que enfrenta Israel e segue mantendo invariável a sua postura sobre a necessidade e o direito dos palestinos a seu próprio Estado, indicou.

"Tampouco recebemos ordens das administrações dos Estados Unidos, o que nos converte em objeto constante de agressões como a atual, que não é mais do que um acerto de contas com o povo sírio por manter a fronte erguida e resistir", concluiu.

Atentado na Turquia

A Síria negou estar por trás dos atentados terroristas ocorridos no último sábado (11) na Turquia, que mataram 46 pessoas. O ministro da Informação sírio, al-Zoabi, disse que o governo turco é "diretamente responsável" pelo ocorrido, por ter deixado que sua fronteira virasse "um centro para o terrorismo internacional".

Prensa Latina e Agência Brasil