Movimento Mães de Maio realiza evento pelos sete anos de luta

Um encontro realizado neste sábado (11) na Baixada Santista marca os sete anos de existência do movimento Mães de Maio, na véspera do Dia das Mães, neste domingo (12). O movimento comemorou recentemente a notícia, publicada no Diário Oficial em 8 de abril deste ano, de que o 12 de maio será o "Dia das Mães de Maio", no calendário oficial do Estado de São Paulo.

Mães de Maio sete anos - Mães de Maio

De acordo com o Movimento Mães de Maio, no mínimo, 493 pessoas foram assassinadas entre os dias 12 e 20 de maio de 2006, quando grupos de extermínio revidaram aos ataques de uma facção criminosa.

No relatório "São Paulo sob achaque", publicado em maio de 2011 pela ONG Justiça Global e pela Clínica Internacional de Direitos Humanos da Universidade de Harvard, 122 pessoas teriam sido assassinadas por supostos membros de extermínio. Destas, nove seriam da Baixada Santista.

Na véspera de completar sete anos, o movimento Mães de Maio (formado por familiares das vítimas do que ficou conhecido como Crimes de Maio de 2006) realizará uma homenagem às pessoas que foram assassinadas por grupos de extermínio paulistas a partir deste período. O ato ocorre neste sábado, no Sambódromo da zona noroeste de Santos (SP).

O evento homenageará também os MCs de funk mortos na Baixada Santista desde 2010, e também o Dj Lah, do grupo de rap Conexão do Morro, uma das sete vítimas dos assassinatos de janeiro deste ano, na zona sul de São Paulo.

Além de apresentações de rappers, b.boys e grafiteiros ligados à cultura Hip Hop, MCs de funk, o grupo de teatro popular Trupe Teatro Olho da Rua e as rádios comunitárias Rádio da Juventude e Várzea Livre também marcarão presença.

Dia das Mães de Maio

O governo do estado de São Paulo aprovou no dia 8 de abril deste ano o “Dia Mães de Maio”. A intenção é que a data 12 de maio seja relembrada todos os anos nos 645 municípios do estado, com o objetivo de evitar que os crimes ocorridos em maio de 2006 sejam esquecidos e os responsáveis por eles permaneçam impunes.

De acordo com organizações de direitos humanos, mais de 500 pessoas foram mortas em São Paulo, neste período, por grupos de extermínio formados por policiais militares. Apesar de completar sete anos, os “Crimes de Maio”, como ficaram conhecidos, ainda não foram solucionados.

A página do movimento ressalta também a luta pelo fim do termo "resistência seguida de morte" nos boletins oficiais, usado para justificar a execução em muitas ocasiões.

Com agências,
da redação do Vermelho