Grupos armados na Síria lançam foguetes contra o Líbano

Cinco foguetes foram disparados neste sábado (11) contra o Líbano, desde o território da Síria, de acordo com um correspondente da emissora libanesa Al-Manar. Os foguetes atingiram áreas abertas da região nortenha de Hermel. Não foram registradas vítimas fatais. A emissora  informou que não ser a primeira vez que os membros das milícias atuantes na Síria atacam as fronteiras libanesas, numa tentativa de desestabilizar a região.

Líbano - AFP / Getty Images

No dia anterior, sexta-feira (9), quatro foguetes foram lançados ao Vale Assi, nas proximidades de um hospital governamental de Hermel, região com grande presença do partido de resistência islâmica Hezbollah. O ataque causou apenas danos materiais, segundo fontes locais.

O Hezbollah já manifestou reiteradas vezes tanto o seu apoio ao governo do presidente sírio Bashar Al-Assad contra os grupos armados que alegam representar a oposição quanto à soberania síria, em defesa contra as ingerências externas.

Os confrontos internos na Síria têm ultrapassado as fronteiras do Líbano recentemente, e outros disparos já mataram duas pessoas, num dos incidentes registrados em abril, de acordo com Al-Manar.

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Desde o início do conflito armada na Síria em 2011, com a atuação de grupos armados financiados e apoiados desde o exterior, já houve inúmeros confrontos fatais perto da fronteira norte e leste com o Líbano. Também houve confrontos entre o Exército libanês e grupos armados que buscavam impedir a infiltração de combatentes no Líbano.

A influência direta de atores regionais como a Turquia, a Arábia Saudita, o Catar e Israel é constantemente denunciada pelas autoridades sírias, que consideram a política agressiva uma tentativa de desestabilizar o governo sírio e, no caso israelense, de provocar confrontos entre diferentes grupos no mundo árabe.

Na semana passada Israel atacou territórios sírios em dois eventos separados, o que causou a reação das potências e a consternação tanto dos aliados sírios quanto de atores menos envolvidos. Até mesmo a Liga Árabe (que também tem desempenhado um papel negativo pelo apoio inconsequente aos supostos representantes da “oposição” síria) pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma medida enfática em resposta à violação da soberania síria por Israel.

No Líbano, o governo defendeu reiteradas vezes o respeito à soberania da Síria sobre os seus assuntos políticos internos e um diálogo nacional para a resolução do conflito, embora tenha emitido uma declaração, após um acordo interno, comprometendo-se a abster-se no assunto.

O receio de que o conflito na Síria afete a sensível situação política do Líbano (em que um governo de unidade nacional procura sustentar-se cotidianamente) é predominante no discurso governamental, uma vez que o contexto político sírio é significantemente ligado ao libanês.

Com Al-Manar,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho