Othelino cobra distribuição de medicamentos na Feme

 

Othelino Neto (PPS)
O deputado estadual Othelino Neto (PPS/DM) cobrou, na tribuna da Assembleia Legislativa, do secretário estadual de Saúde, Ricardo Murad, a regularização da distribuição de medicamentos às pessoas carentes na Farmácia Estadual de Medicamentos Especializados (Feme), localizada ao lado do Viva Cidadão e em frente ao Terminal da Integração da Praia Grande, em São Luís. Há quase três meses, só para citar um exemplo, pacientes de Lúpus e Hepatite não recebem a Azatioprina, componente essencial para o tratamento, e sofrem as consequências com problema de saúde agravado, podendo chegar até a morte, sem que o governo do Estado dê, pelo menos, qualquer previsão de retorno.

A denúncia já havia sido feita pelo deputado há aproximadamente três meses, quando pacientes o procuraram para reclamar da falta de distribuição de medicamentos, mas o governo do Estado, sequer, deu explicações sobre o que está acontecendo na Feme, e o problema se agrava a cada dia, deixando milhares de pessoas sem a assistência básica. O caso ganhou repercussão em blogs e foi tema de matéria especial da TV Guará, filiada à TV Record.

Em pronunciamento duro na tribuna, Othelino criticou Ricardo Murad por não ter tido a capacidade de resolver, até agora, um problema básico e nem sequer ter se pronunciado para dar explicações sobre o descaso que prejudica milhares de pessoas carentes que estão em tratamento e necessitando desses medicamentos. Disse que o secretário só está interessado em inaugurar “elefantes brancos” pelo Maranhão e que, no entanto, trata com desleixo essa falta de medicamentos na Feme.

Othelino fez um apelo para que a Secretaria de Saúde pare de fazer o supérfluo e procure se preocupar em cumprir as suas obrigações básicas e alguma delas é justamente garantir esses remédios na Farmácia Estadual. “Eu não estou aqui cobrando a solução de um grave problema de saúde pública, eu estou pedindo que o secretário de Saúde Ricardo Murad faça o elementar, coisa que ele não está fazendo”, criticou.

Segundo o deputado, não adianta ficar colocando hospital bonito na televisão quando a população não tem seus direitos, as suas necessidades básicas atendidas. “Logo a Secretaria de Saúde, gerida pelo súper Ricardo Murad, que despacha diariamente no Luzeiros, hotel de luxo da cidade, que inaugura elefante branco todo dia por esse Estado, com formato de hospital, órgão milionário daquele que se acha o paladino da moralidade e da verdade, está deixando essas pessoas carentes relegadas, aumentando o seu sofrimento pela irresponsabilidade daquele que não consegue cuidar nem das coisas básicas desse Estado. Isso é lamentável”, disparou Othelino em um forte pronunciamento.

Entenda o caso – Um dos medicamentos em falta é a Azatioprina, componente utilizado para evitar a rejeição a transplante de órgãos e para o tratamento de doenças como Lúpus Eritematoso Sistêmico e Hepatite. São milhares de pessoas que dependem do remédio no Estado e não têm condições financeiras de adquiri-lo nas farmácias convencionais, onde o preço é alto.

No Maranhão, a distribuição da Azatioprina é feita pela Farmácia Estadual de Medicamentos Especializados (Feme), órgão do governo estadual gerido pela Secretaria de Saúde, que atende portadores de doenças raras, crônicas ou que necessitam de tratamento especial. Há pelo menos três meses, pacientes e familiares estão na busca incansável pelo medicamento e não recebem, sequer, a informação sobre um prazo para a regularização da distribuição do remédio. Chegam com a esperança de obter o remédio e saem de lá inseguros e de mãos vazias.

Sem retorno nenhum do Estado em relação à distribuição gratuita do medicamento, pacientes vêm enfrentando problemas com sintomas que se intensificam a cada dia. Por exemplo, sem tomar o remédio, doentes de Lúpus começam a ter dores nas articulações, febre alta, inflamações, etc. que podem levar a um quadro grave e irreversível.

Quase 100 mil pessoas estão cadastradas para receber medicamentos especiais gratuitos no Maranhão, segundo dados disponibilizados no portal da Secretaria de Saúde do Estado. Ao todo, a farmácia teria que disponibilizar, pelo menos, 236 medicamentos especiais para a população maranhense. Em alguns casos, eles chegam a custar cerca de R$ 1.500,00 a ampola, valor alto e inviável para os usuários cadastrados, que não têm condições financeiras de arcar com a despesa.

Fonte: Blog Jorge Vieira