Empresários reivindicam infraestrutura e segurança

 

Flávio Dino e empresários
Reunidos na noite da última sexta-feira (26), lideranças políticas e o empresariado de Balsas conversaram com Flávio Dino sobre a situação de abandono da região sul do estado. Sem ajuda do governo estadual na recuperação das estradas para escoamento da produção agrícola, os empresários denunciam que estão investindo recursos próprios na conservação de grandes trechos de estradas sem qualquer tipo de pavimentação que, em épocas de chuva, ficam completamente intransitáveis.

A região, que abriga o cerrado maranhense, produz commodities agrícolas como soja, milho e algodão. Somente em 2012, a média da colheita foi de 50 sacas por hectare. Mesmo assim, falta assistência por parte do poder estadual. A precariedade em infraestrutura dificulta o deslocamento e venda da produção, aumentando os custos para o produtor. Por consequência, o setor agrícola do estado enfrenta entraves no desenvolvimento e na geração de emprego e renda.

A Associação dos Produtores da Serra do Penitente, formada por dez produtores locais, juntamente com os Produtores Rurais de Balsas e Produtores da Ilha de Balsas, investem anualmente entre R$ 500 mil e R$ 700 mil na recuperação de pontes, cascalhamentos e estradas num trecho de aproximadamente 107 quilômetros próximos a Balsas.

Paulo Roberto Freire, produtor e membro da Associação dos Produtores da Serra do Penitente, relatou: “Nós somos um polo agrícola, geramos renda e emprego, temos um setor de comércio atuante. Mas precisamos do apoio do governo do Estado na infraestrutura”, e continuou, “é um absurdo termos que investir, no mínimo, em torno de R$500 mil por ano nas estradas para garantir o escoamento da nossa produção”.

Flávio Dino lembrou que a cidade de Balsas atende a 16 municípios circunvizinhos, sendo inaceitável que esteja em situação tão precária em condições básicas de saúde, educação, infraestrutura e segurança.

“O Maranhão está congelado com relações políticas que não evoluem, marcadas pelo coronelismo, pelo patrimonialismo, pela ideia de que a tarefa do governo é ganhar eleição. É por isso que Balsas vive esse cenário e ainda assim escuta o mesmo discurso quando se aproximam as disputas eleitorais”, declara Flávio Dino.

O deputado estadual Carlinhos Amorim (PDT), também presente na reunião, concordou que as reivindicações dos empresários são justas “a região contribui muito com o desenvolvimento do nosso estado e não há um retorno proporcional do governo do estado para com esta região”.

O deputado também lembrou a importância do encontro em busca de soluções para os problemas da região. “Aqui está reunida toda a classe produtiva desta cidade que pensa, que emprega, que produz, é muito importante que todos estejam sintonizados com a possibilidade de ver dias melhores para povo maranhense”, completou o deputado.

Manoel Santos, presidente da Câmara de lojista (CDL) de Balsas também denunciou a situação precária que vive o comércio da região. “Com falta de infraestrutura não são apenas os agricultores que saem prejudicados. O comércio da região também sofre para ser abastecido. Falta segurança. Falta incentivo”.

O SindiBalsas também se pronunciou. O primeiro secretário do sindicato, Luiz Carlos Schwingel, reforçou todos os posicionamentos anteriores, acrescentando que “quando a governadora assumiu a gestão estadual o sindicato entregou uma correspondência relatando os principais problemas da região, mas até hoje espera-se uma resposta eficiente”.

O secretário disse ainda que falta assistência técnica para os pequenos produtores da região. “Falta assistência, infraestrutura, além dos problemas que temos com a armazenagem e logística. O anel da soja é uma reivindicação antiga, mas o governo do estado só começou a divulgação da obra agora, às vésperas da eleição, por que será?”, questionou Luiz Carlos Schwingel.

Sobre isso, Flávio Dino lembrou que aplicar bem os impostos; garantir a infraestrutura necessária para que a produção aumente; possibilitar assistência técnica para os pequenos produtores é papel do poder público.

“É impensável que em nosso estado as associações precisem se reunir para custear os investimentos nas estradas. O governo do estado tem um orçamento anual de R$ 13 bilhões e ainda contraiu junto ao BNDES um empréstimo de R$ 4,8 bilhões. Mesmo assim, os recursos não chegam para atender as demandas locais”, advertiu Flávio Dino.


Fonte: Diálogos pelo Maranhão