Curso sobre como o mundo aprendeu a olhar os árabes

O ICArabe promoverá o curso: Novo curso do ICArabe: Orientalismo no passado e seus reflexos no presente: como o mundo aprendeu a olhar os árabes, a partir de 21 de maio. Com coordenação geral de Heloisa Abreu Dib Julien, serão seis aulas, uma por semana (dias 21 e 28 de maio; 5, 11, 18 e 25 de junho, das 19h30 às 22h), ministradas por Isabelle Somma, Marcia Dib, Marina Soares e Thais da Silva.

O curso tem como objetivo apresentar as principais noções do que é Orientalismo e exemplos práticos de como ele pode ser encontrado na representação de árabes e muçulmanos na imprensa, no cinema, nos relatos de viajantes, na literatura e artes plásticas. Elaborada pelo intelectual palestino Edward W. Said, a tese questiona o discurso que posiciona o oriental em um nível de inferioridade diante de uma suposta superioridade ocidental. Um velho estereótipo que sobrevive ainda nos dias de hoje.

PROGRAMA
1ª aula: 21/05 (3ª) – Orientalismo, Edward Said e Orientalismo na imprensa- Isabelle Somma (FFLCH – USP)
1ª parte – Introdução ao Orientalismo. Notas biográficas do autor. Introdução ao Orientalismo. As principais questões do Orientalismo. Crítica ao Orientalismo

2ª parte – Orientalismo na Imprensa. Estereótipos, estigmas e preconceito. Mecanismos de difusão. Exemplos em jornais brasileiros
Isabelle Somma – graduada em Comunicação Social pela PUC-SP e mestre em Letras pelo Programa de Língua, Literatura e Cultura Árabes da FFLCH-USP, com a tese “O Orientalismo na Imprensa Brasileira. Como árabes e muçulmanos foram retratados nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo antes e depois de 11 de setembro de 2001“. Doutoranda no Departamento de História Social da USP Realizou pesquisas na Bodleian Library, Universidade de Oxford, e nos National Archives, em Londres e estágio doutoral na Faculty of Asian and Middle Eastern Studies, Universidade de Cambridge.

2ª aula: 28/05 (3ª) – O que sabemos sobre os antigos egípcios? O Egito antigo entre a Egiptomania e a Egiptologia – Thais Rocha (FFLCH – USP)
O Egito antigo, terra dos faraós ou dos diretores de Hollywood? O nascimento da Egiptologia como disciplina: os museus, o imaginário popular e a pesquisa acadêmica. Os diversos orientalismos envolvidos na conquista do Egito no século XIX. O Egito feminilizado e os estudos de gênero.

Thais Rocha – bacharel em História (2001) e mestranda pela FFLCH-USP. Seu trabalho concentra-se nas relações de gênero no Egito helenístico com ênfase nas cartas do período, tendo realizado parte de sua pesquisa de Mestrado na Inglaterra.

3ª aula: 05/06 (4ª) – Projeção do filme Reel Bad árabes: Como Hollywood vilipendia um Povo. Documentário dirigido por Sut Jhally e produzido pela Media Education Foundation, em 2006. Após a projeção, Isabelle Somma coordena uma discussão sobre orientalismo e cinema

4ª aula: 11/06 (3ª) – Imagens oscilantes sobre os muçulmanos no período medieval e no Renascimento – Marina Soares (FFLCH – USP)
Apresentação dos principais eventos relativos à formação do império árabe-islâmico (período clássico). Panorama sobre a apreensão da sexualidade no Islã. Representações textuais sobre o profeta Muḥammad, no período medieval. As viagens europeias no início da modernidade: intenções, locais visitados, representações sobre os muçulmanos. Percepções empíricas sobre os muçulmanos nas narrativas de viagem de Nicolas de Nicolay (1567).
Marina Soares – graduada em História (2004) e mestre pelo Programa de “Língua, Literatura e Cultura Árabe” (2009) pela FFLCH-USP. Doutoranda em “História Social”, na USP. Seus estudos têm se concentrado nas representações europeias sobre o harém, a partir de narrativas de viagem escritas nos séculos XVII e XVIII. Publicou o livro “Erótica sem véu”, em 2011.

5ª aula: 18/06 (3ª) – Mulheres árabes como “odaliscas”: uma imagem construída pelo Orientalismo através da pintura – Marcia Dib (FFLCH – USP)
O contexto do colonialismo no século XIX. O material das colônias e as exposições etnográficas. O Oriente visto como “O Outro”, exótico e primitivo. A representação da mulher árabe como símbolo de fartura, passividade e disponibilidade. A pintura como discurso: a fantasia dos haréns. Odaliscas: vistas ou imaginadas? A dança do ventre, a odalisca dançarina e o discurso orientalista.
Marcia Dib – mestre em Cultura Árabe pela FFLCH-USP, com a dissertação: "A diversidade cultural da Síria através da música e da dança". Autora do livro Música árabe: expressividade e sutileza. Pesquis danças e músicas árabes no Brasil, na Síria e nos EUA. Diretora do Mabruk! Companhia de danças folclóricas árabes.

6ª aula: 25/06 (3ª) – Orientalismo no mundo contemporâneo – Apresentação e análise e exemplos. Discussão interativa entre as docentes e os participantes, com coordenação do Diretor Cultural do Icarabe, Geraldo Godoy de Campos (ESPM)

Serviço:

Horário: 19h30 às 22h, às 3ª feiras, exceto a aula 3, em 05/06, que será na 4ª feira.
Local: Espaço Câmara Árabe – Av. Paulista, 326 – 11º andar – Metrô Brigadeiro, São Paulo
Investimento:
Público em geral: R$ 300,00
Membros do ICArabe, estudantes e aposentados: R$ 230,00
Estudantes devem apresentar carteirinha no primeiro dia de aula
Formas de pagamento:
Integral: através de transferência bancária ou depósito bancário identificado, com comprovante encaminhado por email para [email protected]

Certificado: Para participantes que tiverem presença em, no mínimo, cinco aulas.
Informações e inscrições:
Período: 26 de abril a 20 de maio
Através do preenchimento do cadastro eletrônico
no link http://icarabe.org/inscricao-para-o-curso-orientalismo-e-seus-reflexos-n…
ou pelo e-mail [email protected] (nome e telefone) ou pelo telefone (11) 5084-5131, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 17h, com Christina.
Vagas limitadas.