Putin critica conduta imperial dos Estados Unidos

O presidente Vladimir Putin fustigou nesta quinta-feira (25) o comportamento imperial dos Estados Unidos com a adoção da lei Magnitsky, e seu caráter antirruso, que colocou as relações bilaterais em um novo capítulo de fricções.

Não provocamos ninguém para uma piora das relações, respondeu Putin a uma pergunta formulada sobre a deterioração das relações russo-estadunidenses no programa de TV Linha Direta, transmitido ao vivo.

Na opinião de um dos telespectadores a aprovação da chamada Lista Magnitsky e a resposta da Rússia a esse ato revive tempos da Guerra Fria entre as duas potências.

Ninguém pode explicar quais foram as razões, mas não fomos nós que provocamos um agravamento das relações, enfatizou o mandatário.

Putin indicou que o esfriamento entre Moscou e Washington surgiu depois da guerra no Iraque, em 2003, quando a Rússia rechaçou uma invasão ao país árabe patrocinada pelos Estados Unidos e o Reino Unido sob a cobertura da ONU.

Putin disse que os Estados Unidos se viram obrigados a anular a emienda Jackson-Vanik (1974), consciente das perdas em que incorreria depois do ingresso da Rússia na Organização Mundial de Comércio. Mas em seu lugar adotou outro ato antirruso, a denominada lei Magnitsky, afirmó.

Há algumas semanas a Casa Branca publicou a lista com os nomes dos funcionários russos aos quais o Departamento de Estado impede a entrada nesse país, como supostos violadores dos direitos humanos.

As autoridades russas qualificaram a medida como ingerência nos assuntos internos e um ato inamistoso.

Ao questionar a lista Magnitsky, Putin comparou a pretensão de mostrar os músculos com uma conduta imperial na arena da política exterior.

Perguntado acerca dos ânimos antirrusos exacerbados através da Internet depois da tragédia de Boston, pela implicação de dois jovens originários do Cáucaso, Putin assegurou que a Rússia também é uma vítima do terrorismo internacional.

Por outro lado, o presidente russo chamou a atenção para o fato de que no Ocidente, e inclusive em meios de imprensa nacionais, os "terroristas que cometem atos bárbaros e criminosos em nosso território são apresentados como rebeldes".

Nunca os chamam de terroristas, e lhes prestam ajuda em informação, financeira e política, direta ou indiretamente, observou enfático o governante russo.

Putin considerou que em vez de ocupar-se com proclamações sobre a ameaça comum do terrorismo, é necessária a cooperação estreita para combater esse flagelo internacional.

Prensa Latina