Japão diz que barcos da China podem ser expulsos à força de ilhas

Após um protesto formal do Ministério das Relações Exteriores do Japão, o premiê do país, Shinzo Abe, foi mais enfático em sua represália às oito embarcações chinesas que se encontravam nas águas das disputadas ilhas Senkaku/Diaoyu, administradas por Tóquio e reivindicadas por Pequim. As informações são do Channel News Asia.

Em visita ao controverso memorial de guerra Yasukuni, símbolo do imperialismo japonês no passado e questionado por chineses e sul-coreanos, Abe declarou que qualquer navio chinês que desembarcar no arquipélago "será expulso à força".

"Tomaremos atitudes contra qualquer tentativa de entrar ilegalmente no nosso território. Não permitiremos jamais", completou o premiê.

Essa é a primeira vez que tantos navios do governo chinês entram juntos na zona de 12 milhas náuticas (22 km) em torno destas pequenas ilhas no Mar da China Oriental, palco de uma antiga disputa entre Tóquio e Pequim.

"É extremamente deplorável que navios do governo chinês constantemente entrem em nosso território", analisou Yoshihide Suga, Secretário Chefe do Gabinete japonês.

Criminosos de guerra

Enquanto isso, Pequim e Seul pediram a Tóquio nesta segunda-feira (22) para enfrentar a sua história de agressão, e se opuseram a um ritual de oferenda feito pelo primeiro-ministro japonês em um polêmico santuário que homenageia os criminosos de guerra japoneses da Segunda Guerra Mundial.

Chamando-o de "um ato negativo", o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse em uma coletiva de imprensa que a China tem feito representações formais ao Japão sobre esse tema.

Em protesto, a Coreia do Sul também na segunda-feira também decidiu retirar uma proposta de viagem de seu ministro das Relações Exteriores, Yun Byung-se, a Tóquio.

As visitas ao santuário Yasukuni sempre foram uma fonte de tensão entre o Japão e seus vizinhos asiáticos.

Há provas irrefutáveis de que o militarismo japonês foi responsável por crimes de agressão durante a Segunda Guerra Mundial, disse Hua.

Por seu turno, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul considerou as últimas visitas das autoridades de Tóquio ao santuário como algo "anacrônico" e instou Tóquio a "tomar medidas responsáveis" para reconquistar a confiança de seus vizinhos.

Tóquio reagiu fortemente, dizendo que as visitas foram feitas pelos ministros em caráter pessoal e que o governo não teve nenhuma participação oficial.

No sábado (20), o ministro japonês de Assuntos Internos, Yoshitaka Shindo, visitou o santuário, tornando-se o primeiro membro do gabinete de Abe a fazê-lo. Ele foi seguido no domingo por Taro Aso, vice-primeiro-ministro, e Keiji Furuya, presidente da Comissão Nacional de Segurança Pública.

Observadores disseram que a administração Abe tem se comportado mal em termos de enfrentar questões históricas, uma vez que o número e a categoria hierárquica dos funcionários que visitam o santuário Yasukuni excedeu os das administrações anteriores.

Com Terra e China Daily