Costa Rica: Pressão popular obrigou cancelamento de privatização

A presidenta da Costa Rica, Laura Chinchilla, cancelou a privatização de uma importante estrada diante da pressão popular. Em uma mensagem transmitida na segunda-feira (22) à noite através de cadeia nacional de televisão, a presidenta disse que a decisão corresponde à responsabilidade de "garantir a paz social" no país, em alusão aos protestos das últimas semanas.

Desta forma, o governo põe um ponto final na polêmica exploração da chamada rota San José-San Ramón, concedida à empresa Central American Investing Limited, subsidiaria da OAS.

Reconheceu que no cenário atual não é possível, nem conveniente, levar adiante um projeto que recebeu a rejeição de diversos setores da população, entre eles comunidades, organizações sociais e câmaras empresariais.

"A grande maioria dos costarriquenhos não acham que o projeto seja o que precisamos, nem estão dispostos a assumir o custo que o mesmo implica", acrescentou Chinchilla.

O elemento em disputa é a concessão, por 30 anos, da manutenção, ampliação e exploração de um trecho de 60 quilômetros da principal autopista que liga a capital com o Norte e o Oeste do país.

No contrato estava prevista a instalação de cinco pedágios com tarifas que poderiam fazer crescer em até 70 por cento os custos aos usuários, para ressarcir o investimento da concessionária calculada em mais de 500 milhões de dólares.

A principal organização que se opõe a esta licença a uma empresa estrangeira é o Fórum do Oeste, integrado por moradores de 11 municípios, entre cujos objetivos destaca-se a destituição do ministro de Obras Públicas e Transportes, Pedro Castro.

Analistas políticos costarriquenhos aconselharam publicamente a presidenta a cancelar o contrato, pois o clima político apontava para um aumento dos confrontos, e inclusive da violência nos protestos.

Esta oposição não é partidária nem sindical, possui base social e isso lhe dá força, atualidade e legitimidade.

Prensa Latina