Prefeitura de São Paulo vai à Inglaterra atrás dos bens de Maluf

Advogados que representam a Prefeitura de São Paulo no exterior investigam a fundo o patrimônio de empresas controladas pela família do deputado Paulo Maluf (PP-SP) na tentativa de viabilizar a cobrança dos US$ 28 milhões (R$ 56 milhões) que a Justiça da Ilha de Jersey determinou que ele devolvesse ao erário municipal.

A equipe da procuradoria do Município procura por ativos de até US$ 25 milhões, posto que as contas das empresas sediadas no exterior movimentaram apenas US$ 3 milhões em dinheiro, de acordo com a Procuradoria-Geral do Município.

Segundo a Justiça de Jersey, um paraíso fiscal em ilhas britânicas, as companhias Durant e Kildare foram culpadas de movimentação financeira ilegal, uma vez que elas receberam recursos desviados por Maluf de obras executadas no período em que ele foi prefeito, entre 1993 a 1996. Detalhes da investigação patrimonial, porém, são mantidos em segredo. Os procuradores tentam viabilizar a remessa dos US$ 3 milhões em dinheiro das duas empresas e esperam a transferência dos recursos até julho deste ano.

Uma outra equipe de advogados deverá abrir ações contra as empresas do político de ultradireita. Uma delas é a Eucatex, controlada pela família Maluf no Brasil há mais de quatro décadas. Em 2000, a Justiça de Jersey bloqueou bens avaliados na época em US$ 200 milhões, e grande parte desse patrimônio era formado pelos papéis da Eucatex.

Caso a prefeitura tenha que usar essas ações, um dos caminhos será a penhora dos ativos e posterior leilão judicial. Outra opção é obter a titularidade dos papéis e esperar para negociá-los em ocasião oportuna.

A equipe coordenada pela área jurídica do prefeito Haddad, porém, receia que possa haver uma queda no valor das ações e prefere encontrar outros bens do deputado para quitar a dívida. Em último caso, o município poderá recorrer ao patrimônio pessoal dos sócios das empresas de Maluf.

Com informações do Correio do Brasil