Morre no Ceará a artista plástica Nice Firmeza

Natural de Aracati, Maria de Castro Firmeza nasceu em julho de 1921 e era casada com o também artista plástico Estrigas

Morreu no fim da tarde deste sábado, 13, em Fortaleza, aos 91 anos, a artista plástica cearense Nice Firmeza. Hospitalizada há uma semana no Hospital de Messejana por causa de uma pneumonia, ela foi vítima de falência múltipla de órgãos. A família ainda não informou o local do velório e do sepultamento.

Natural de Aracati, Maria de Castro Firmeza nasceu em julho de 1921 e era casada com o também artista plástico Nilo de Brito Firmeza, o Estrigas. O casal participou ativamente do movimento artístico local e nacional.

Nice se dedicava a ensinar pintura e bordados para crianças e mulheres. Ela foi a primeira mulher a ingressar na Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), na década de 1950, como aluna do Curso Livre do Desenho e Pintura e de Iniciação à História da Arte.

Nice, por Gilmar de Carvalho

Amigo da família há 44 anos, o professor Gilmar de Carvalho presta homenagem à artista plástica Nice Firmeza.

"Nice Firmeza é um nome representativo das artes cearenses. Fez parte da SCAP (Sociedade Cearense de Artes Plásticas) e lá conheceu Estrigas (Nilo de Brito Firmeza) o companheiro da vida inteira.
Fez uma pintura que tinha algo de 'naïve' e um pouco de 'fauve', mas com leituras muito pessoais e uma visão de mundo que privilegiava a luz, as crianças, as cores e os movimentos.
Também deixou outras marcas, como a do bordado à mão, arte que ensinou para muita gente.
Cozinhava como poucos. Começou fazendo doces, no sítio do Mondubim, para evitar que desperdício das frutas. Depois, passou a fazer bolos. Seu pé-de-moleque é um "patrimônio" do povo cearense.
Doces, bolos e bordados deram a ela o título de 'Mestre da Cultura' da
Secretaria da Cultura do Estado.
Nice Firmeza foi a mulher delicada e determinada, que escolheu o caminho das artes. Foi companheira do Estrigas, por mais de cinquenta anos. Foi uma mulher que espalhou luz, alegria e arte, e nos deixou mais ricos e mais felizes, enquanto esteve aqui. Vai fazer muita falta."

Fonte: O POVO