MP denuncia oito dos 16 indiciados pela tragédia da boate Kiss

O Ministério Público de Santa Maria denunciou, nesta tarde de terça-feira (2), oito dos 16 indiciados criminalmente pela tragédia da boate Kiss. O incêndio, ocorrido na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, resultou na morte de 241 pessoas no dia 27 de janeiro.

A denúncia do MP, que traz a descrição dos fatos e aponta os responsáveis, dará início ao processo na Justiça. Se o juiz aceitar a denúncia, os acusados viram réus.

A coletiva foi iniciada pelo subprocurador-geral de assuntos institucionais do Ministério Público, Marcelo Dornelles, que afirmou que no processo haverão divergências, "completamente naturais e normais no dia a dia".

A coletiva foi realizada na sede das Promotorias de Justiça de Santa Maria, onde foi detalhada a denúncia oferecida pelos promotores de Justiça no caso. Além de Marcelo Dornelles, participaram também o Coordenador do Centro de Apoio Criminal do Ministério Público, David Medina da Silva, e os Promotores de Justiça Criminais de Santa Maria Joel Dutra e Maurício Trevisan.

Os sócios-proprietários da boate Kiss Elissandro Callegaro Spohr (Kiko) e Mauro Londero Hoffmann, assim como o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor da banda Luciano Augusto Bonilha Leão, foram denunciados por homicídios qualificados por fogo, asfixia e torpeza consumados e atentados.

O major dos bombeiros Gerson da Rosa Pereira e o sargento Renan Severo Berleza foram denunciados por fraude processual por incluir documentos na pasta referente ao alvará da boate após a tragédia. Volmir Astor Panzer, que realizava a contabilidade da boate, e o ex-sócio Elton Cristiano Uroda serão denunciados por falso testemunho.

Apoio aos sobreviventes e às famílias

Em um dia decisivo para o trâmite do caso, a Associação de Famílias de Vítimas de Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) deu início a uma iniciativa para prestar apoio a quem ainda está abalado com a tragédia, além de obter mais voluntários. Em uma vigília, familiares de vítimas ficam em frente à Praça Saldanha Marinho, no Centro da cidade da Região Central do Rio Grande do Sul, à disposição de quem quiser trocar experiências.

Fonte: Correio Brasiliense