Mais pessoas detidas em Guantânamo entram em greve de fome

A greve de fome declarada na base militar estadunidense em Guantânamo, encravada em território cubano, abarca atualmente 130 reclusos, muitos dos quais estão há uma década detidos sem acusação formal, segundo informações dadas nesta terça-feira (2) por Shaker Amer, um porta-voz dos presos. 

Prisioneiro em Guantânamo - Getty images

A direção desta prisão, condenada como ilegal, tratou sem êxito de conter a expansão do protesto, disse Shaker Amer, segundo quem desde o passado 6 de fevereiro vários internos recusam-se a ingerir alimentos.

Os detidos protestam contra a profanação do Corão, livro sagrado para os muçulmanos, por parte dos carcereiros, assim como contra o confisco de pertences, disse Amer, que perdeu muito peso desde o início da greve.

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O presidente dos EUA Barack Obama prometeu fechar a prisão durante a sua campanha eleitoral para o primeiro mandato, mas nunca cumpriu com o seu compromisso. Na base, cuja existência em seu território os cubanos repudiam por lesar a sua soberania, os Estados Unidos encerrou sem acusação formal nem devido processo judicial a nacionais de vários países, suspeitos de terrorismo.

Em 2012 o Senado estadunidense aprovou um mecanismo legal que impede que o Estado invista no transporte dos detidos de Guantánamo para os Estados Unidos, o que é uma manobra ainda mais ampla e bastante controversa para impedir que eles sejam julgados conforme o direito internacional.

Membros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha que visitaram a prisão expressaram inquietude pelo estado de saúde dos reclusos, muitos dos quais perderam grandes quantidades de peso corporal a pesar de serem alimentados a força por via nasal, de acordo com suas declarações.

Com Prensa Latina,
da redação do Vermelho