Israel: 1070 palestinos presos este ano; AP pede investigação 

O primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP) Salam Fayyad pediu, nesta terça-feira (2), que a comunidade internacional e as organizações humanitárias forcem Israel a abrir suas prisões para que investiguem informes sobre maus-tratos contra os palestinos detidos. 

O pedido de Fayyad deu-se na sequência da morte de Maysara Abu Hamdiya, na manhã desta terça, de câncer, enquanto detido. Ele pediu que um comitê de investigação dos fatos analise o tratamento dispensado aos prisioneiros nas cárceres, particularmente daqueles em condições de saúde sérias.

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Fayyad condenou veementemente o que descreveu como uma política israelense deliberada de negligência médica contra os prisioneiros, o que teria causado a morte de Abu Hamdiya.

As forças israelenses prenderam 1070 palestinos desde o começo deste ano, inclusive 234 crianças, de acordo com um pesquisador palestino especialista em casos de prisioneiros, Abdulnasser Farwana, em informações dadas nesta terça.

Ele disse, em um relatório, que 234 crianças foram presas durante os três meses passados, enquanto 200 crianças foram presas no mesmo período do ano passado.

Um aumento de 8,4% na taxa de prisões de palestinos foi detectado no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o trimestre passado, disse Farwana.

Dezenas de palestinos entraram em confrontos com soldados israelenses durante manifestações no centro de Hebron, na Cisjordânia, em protesto pela morte de Abu Hamdiya, que morreu na manhã desta terça no hospital israelense Soroka, depois de um longo período de luta contra o câncer, sofrendo de negligência médica.

Uma fonte da agência de notícias palestina Wafa disse que forças israelenses tomaram diversos telhados de casas palestinas, atirando dispositivos acústicos e de gás lacrimogênio e disparando balas de borracha contra os manifestantes. Entre eles estavam estudantes, muitos dos quais sofreram de asfixia.

As forças israelenses também entraram em confronto com estudantes em duas localizações diferentes na área de Hebron.

Com Wafa,
da redação do Vermelho