Dirigentes do PCdoB destacam luta de padre Renzo por justiça

Na última segunda-feira (25/03), os dirigentes do PCdoB-BA, Haroldo Lima, Péricles de Souza e Ana Guedes, destacaram a trajetória de luta do padre Renzo Rossi, falecido na madrugada de ontem, aos 87 anos, em Florença, na Itália. Para Haroldo, os ativistas políticos do país estão de luto com a morte do padre.

“O padre Renzo Rossi teve um papel fundamental na resistência à Ditadura Militar, no que diz respeito ao apoio a todos os presos políticos e seus familiares. De uma maneira excepcional, ele percorria os presídios do Brasil para respaldar os presos políticos de todas as organizações partidárias”, afirma Haroldo Lima.

De acordo com o dirigente, na Bahia, padre Renzo teve grande apoio de Dom Avelar Brandão, que lhe entregou uma carta autorizando-o estar em qualquer presídio do estado em nome da Arquidiocese. Na contramão disso, ele teve o constrangimento de ser proibido pelo arcebispo Dom Eugênio Sales de visitar presos políticos no Rio de Janeiro.

O apoio do padre era enorme no sentido material, espiritual, de ajuda aos familiares e aos presos. “Ele apoiou muito a luta pela anistia, a formação dos Conselhos Brasileiros pela Anistia na Bahia e em São Paulo, principalmente”. Por conta de toda a trajetória de luta de Renzo Rossi, Haroldo acredita que a morte do padre deixa uma lacuna em todos aqueles que foram presos políticos. “Nossa amizade começou quando ele chegou da Itália ao Brasil, por volta de 1966”.

Péricles de Souza lembra que padre Renzo militou na defesa dos perseguidos da Ditadura, em 1964. “Durante todo o regime militar, ele esteve a serviço dos oprimidos, perseguidos e condenados. Ele prestou solidariedade de todas as formas e usou de suas influências para tirar pessoas do Brasil e da prisão”. E completa dizendo que, a ajuda do padre italiano na política brasileira precisa ser melhor contada. “Ele foi um grande lutador pela liberdade do Brasil.”

Já Ana Guedes, que é responsável pela Frente de Direitos Humanos na Comissão Nacional de Movimentos Sociais do PCdoB, afirmou estar muito triste com a morte do padre, um grande homem, que jogou papel importante na luta contra a Ditadura. “Ele como padre conseguiu fazer um trabalho de visita e conforto aos presos políticos em todo o Brasil. Na prática, foi um trabalho também político. Ele era totalmente dedicado a causa e ajudou muito na luta pela anistia. Ele merece todas as homenagens”, concluiu.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro